Nos enterros, famílias revoltadas reclamam da ação do governo

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Por Alfredo Junqueira e RIO
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Amparados por amigos e familiares, os pais do bancário Matheus Maia Macedo de Andrade, de 19 anos, pareciam ainda não acreditar na morte do rapaz quando seu corpo era enterrado, no início da tarde de ontem, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste. "Você é forte. Sai daí, meu filho. Isso é só madeira", dizia, desesperado, o pai de Matheus, o segurança desempregado Carlos Henrique Macedo de Andrade. A mãe, Selma Maria Andrade, seguia o cortejo alguns metros atrás e só conseguia caminhar com ajuda dos parentes. "Ele é vítima da incompetência do nosso governo, que não fiscaliza nada e só quer saber de ganhar dinheiro", protestou Carlos Henrique, novamente, após o sepultamento. "O Rio antigo está caindo aos pedaços e os governantes só querem saber de Copa do Mundo." O enterro do chefe de cozinha Severino Tavares, de 47, no Cemitério do Murundu, em Realengo, também foi marcado pela revolta. Anderson Santiago Tavares, filho de Severino, cobrou justiça. "Meu pai tomava banho perto dos botijões. O lugar não era adequado", queixou-se, criticando as condições do restaurante. O sushiman Josimar dos Santos Barros, de 22, terceira vítima da explosão, foi enterrado no Cemitério de Jacarepaguá.

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