
22 de junho de 2012 | 03h03
Um "infeliz carregador de jornais" afirma quase ter largado a "modesta posição que lhe assegurava o pão" por causa da asma. Mas depois de fazer uso do cigarros de "Cannabis" ficou tão satisfeito com os resultados que sua vida sem eles se tornou impossível, explica o anúncio de 22 de maio de 1896.
As principais indicações dos cigarros eram para problemas respiratórios: asma, bronquite, tosse. Mas também era indicada para insônia. Os "Cigarros Índios" (cigarrettes indiennes) com a substância "Cannabis indica" prometiam alívio imediato dos sintomas. Os cigarros, industrializados, eram vendidos embalados e comercializados pelo laboratório francês Grimault & Comp.
Dados históricos também mostram como a droga era polêmica. No século 18, o vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza enviou a São Paulo um ofício (com sacas de sementes), pedindo aos agricultores que plantassem maconha. Em 1890, a República criou a Seção de Entorpecentes Tóxicos e Mistificação, para impedir o uso da erva nos rituais do candomblé. A legalização da religião no Estado Novo também passaria pela exigência do fim do uso da maconha - que passou a ser proibida e combatida.
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