Entre as milhares de pessoas que passaram pelo velório do cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão, da banda Charlie Brown Jr., até o início da tarde desta quinta-feira, 7, o sentimento de perda estava ligado também ao de agradecimento pela obra do músico. O vocalista foi encontrado morto em seu apartamento em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na madrugada de quarta-feira, 6. A causa da morte ainda não foi divulgada.
A estudante Jéssica Marianne, de 18 anos, moradora de São Vicente, disse que Chorão era um de seus maiores ídolos e que ele passava uma mensagem de "família, paz e liberdade". Ela relembra que o artista diversas vezes interrompeu shows para pedir ao público que parasse de brigar. A jovem também destacou o lado letrista de Chorão."Era o meu poeta preferido. Fará muita falta à nossa juventude".
Rodolfo Gregório, de 20 anos, e Fabrício Gabriel Nery, de 18, estudantes de São Paulo, pegaram um ônibus por volta de meia-noite para Santos, com skate na mão. Estavam entre os vários que cantavam músicas como "Vou te levar", grande sucesso do artista.
"Chorão representava muito para a gente. Eu me identificava demais com o Chorão. A música, o skate e o Santos eram os amores dele e são os meus. Tinha de vir me despedir", disse Fabrício.
Ao saber que a pista de skate do Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo, receberá o nome do cantor, Rodolfo disse que é uma decisão justa. "Chorão fez mais pelo skate do que qualquer político."
Enterro. Após o velório, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santos confirmou que o corpo de Chorão será levado em uma limusine em cortejo em direção Memorial Necrópole, em Santos, onde será enterrado às 15h. O carro passará em frente à Vila Belmiro, estádio do Santos, time do coração do cantor.