No enterro e nos protestos, tristeza e indignação

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Por Felipe Frazão e Carlos Lordelo
Atualização:

Por quase um minuto, sussurros ecoaram no saguão do Velório Municipal de Caieiras. Era a prece por Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos. A oração de um pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, frequentada pela família, emocionou parentes, amigos universitários e colegas de trabalho. Os choros da mãe, Zélia Ramos Macedo de Paiva, de 43 anos, da irmã, Amanda, de 20, e da namorada, Maiara Marins, de 24, sobressaíam no enterro. Na faculdade, alunos fizeram um minuto de silêncio na frente da FEA, às 8 horas - as aulas foram suspensas e a USP decretou luto oficial de três dias. Dali, 300 estudantes andaram até a reitoria, onde entregaram propostas de segurança para o câmpus. "Hoje é um aluno da FEA. Amanhã, pode ser um amigo ou você", disse a caloura de Odontologia Thaís Albuquerque, de 17.Com velas nas mãos, 250 estudantes como Giovanna Miranda (foto) fizeram um segundo protesto, às 19h15, na FEA. "Minha mãe ficou preocupada, mas não podia deixar de vir para mostrar solidariedade", afirmou o estudante Arthur Martini, de 19."A gente se esforça para entrar na USP e morre por falta de segurança", disse Robson Takeshi, de 21 anos, do 2º ano de Administração. Com medo de assaltos, Robson, que tem carro, prefere usar ônibus entre o trabalho, em Barueri, o câmpus e a casa, na Liberdade.

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