28 de janeiro de 2014 | 02h00
Uma das explicações está relacionada às próprias características dos crimes. O assassinato é um tipo de crime que, quando disseminado, acaba prejudicando até mesmo os assassinos. Em cenários de desordem, como na São Paulo dos anos 1990, a lei da selva fazia com que o autor de homicídio fosse vingado em pouco tempo. Ele matava e depois morria. Os ciclos de vingança que levavam os assassinos ao risco do autoextermínio acabaram favorecendo as políticas públicas que induziram à repactuação e ao abandono do bangue-bangue como método para se relacionar no mundo do crime.
Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo são outros Estados que viveram períodos de epidemia de homicídio e hoje já conseguiram reverter o quadro. Os homicídios, no fim das contas, não interessam aos criminosos, cuja carreira visa a ampliar os lucros nos roubos ou no tráfico de drogas.
Na São Paulo dos anos 2000, a redução de homicídios foi induzida por medidas como o aumento do aprisionamento, a retirada de armas de fogo das ruas e a reorganização do varejo das drogas por parte dos criminosos, entre outras.
No roubo, contudo, a situação pouco mudou. As políticas de Estado não foram suficientes para diminuir o apetite dos ladrões e as oportunidades para que eles cometessem seus crimes. Os roubos continuaram a acontecer a todo vapor. A Secretaria da Segurança aposta na nova lei dos desmanches para diminuir os roubos de carros. Especialistas, contudo, cada vez mais afirmam que somente uma profunda mudança na configuração das polícias dos Estados, a partir de uma reforma constitucional, dará conta do desafio.
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