Nível de água do Cantareira sobe pelo 16º dia consecutivo

Principal manancial de São Paulo não registra queda do volume armazenado há 53 dias e opera com 25,6% da capacidade

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Por Felipe Cordeiro
Atualização:

SÃO PAULO - Considerado o principal manancial de abastecimento da capital paulista e da Grande São Paulo, o Sistema Cantareira registrou nesta sexta-feira, 18, o 16º aumento consecutivo do nível de água armazenada, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Outros dois sistemas tiveram alta do volume armazenado, e três recuaram.

Responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira opera com 25,6% da capacidade, que considera as duas cotas do volume morto como se fossem volume útil do sistema. A elevação foi de 0,2 ponto porcentual. No dia anterior, os reservatórios que compõem o sistema estavam com 25,4%.

Apesar das recentes altas, a situação ainda é preocupante no Sistema Cantareira Foto: Rafael Arbex/Estadão

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O Cantareira atingiu seu maior índice desde que a segunda cota do volume morto foi incluída no cálculo, no ano passado. A última baixa registrada ocorreu há 53 dias. Em 26 de outubro, o nível do sistema desceu de 15,7% para 15,6%.

As altas em novembro e dezembro, porém, não foram suficientes para tirar o sistema do volume morto. De acordo com a Sabesp, o Cantareira está com -3,6% no índice negativo, que passou a ser divulgado após decisão judicial. Na terceira medição, o Cantareira teve alta de 0,2 ponto porcentual e opera com 19,8%.

Nas últimas 24 horas, choveu 8,4 mm sobre os reservatórios do Cantareira. A precipitação acumulada em dezembro já soma 142,8 mm, 65% da média histórica para o mês, de 219,4 mm.

Redução do racionamento. A Sabesp vai aumentar a captação de água do Cantareira nos próximos dias para aliviar o racionamento imposto à população por meio da redução da pressão durante o período de festas de Natal e réveillon, quando a tendência é de que o consumo aumente.

A Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), estadual, aceitaram o pedido da empresa para ampliar o limite de retirada de água do manancial dos atuais 13,5 mil para 15 mil litros por segundo na média deste mês, volume suficiente para abastecer até 600 mil pessoas.

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Segundo os gestores, a medida visa a amenizar os cortes diários no fornecimento de água, mais longos para quem mora em regiões altas e nos extremos da rede, e não compromete a recuperação do sistema.

Outros mananciais. Em crise severa, o Alto Tietê aumentou de nível pelo sexto dia seguido e opera com 20,8% da capacidade. Esse cálculo considera um volume morto, adicionado no ano passado. No dia anterior, o manancial registrava 20,7%, alta de 0,1 ponto porcentual.

O mesmo aumento teve o Rio Claro, que subiu de 69% para 69,1% da capacidade.

O Guarapiranga, que atualmente socorre o Cantareira e abastece o maior número de paulistas (5,8 milhões), registrou nova queda, de 0,3 ponto porcentual, e está com 85,8% da capacidade.

Outros mananciais que tiveram recuo foram o Alto Cotia e o Rio Grande, cujos níveis desceram 0,2 ponto porcentual e 0,3, respectivamente, deixando-os com 77,4% e 98,5%.

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