27 de junho de 2012 | 03h04
Segundo a ONU, a maior parte desses grupos criminosos não é organizada hierarquicamente, opera como unidades independentes em redes abertas. Dessa forma, fica difícil impedir o fluxo. Desde 2007, a Polícia Federal brasileira investiga a rota e, em 2009, desbaratou três quadrilhas de tráfico internacional de nigerianos que atuavam no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. As quadrilhas pagavam propina a servidores da Receita Federal e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), além de cooptar funcionários de companhias aéreas e vigilantes responsáveis pela segurança do aeroporto para que facilitassem o envio de malas cheias de cocaína.
O relatório da ONU indica que Venezuela, Equador, Peru e Brasil seguem recebendo grande parte da droga produzida na Colômbia - na rota para a Europa. Uma parte da cocaína enviada para o Brasil é posteriormente contrabandeada para a África (sobretudo o oeste e sul do continente), por causa de afinidades linguísticas (mesma língua). Portugal, aliás, emerge como área significativa para o trânsito de drogas, notavelmente no período de 2004 a 2007, enquanto que a rota do oeste da África parece ter se tornado menos ativa.
No Brasil, as apreensões federais de cocaína mais do que triplicaram desde 2004, chegando a 27 toneladas em 2010. O relatório ainda cita um aumento no consumo dessa droga e do crack, mas destaca que o País não conta com uma base de dados recentes que permita mensurar o tamanho do problema. Entre as iniciativas governamentais, porém, ressalta o plano nacional de combate ao crack de 2011.
No mundo. Estima-se que 230 milhões, ou 5% da população adulta mundial (de 15 a 64 anos ), utilizaram alguma droga ilícita em 2010. "A heroína, a cocaína e outras drogas continuam matando 200 mil pessoas por ano, devastando famílias, levando à miséria milhares de pessoas, bem como gerando insegurança e a disseminação do vírus da aids", disse ontem o diretor executivo da UNODC, Ygor Fedotov, ao lançar o relatório.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.