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Nervosismo 'falou mais alto', diz Sindicato de taxistas

Entidade justificou palavras do presidente do Simtetaxi; vídeo de Antonio Matias foi publicado antes de confusão entre motoristas de táxi e da Uber, em hotel de luxo

Por Rafael Italiani
Atualização:

SÃO PAULO - O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo (Simtetaxi-SP) afirmou, em nota, que o presidente da entidade, Antonio Matias, conhecido como Ceará, deixou “o nervosismo falar mais alto” na última quinta-feira, 28, quando publicou um vídeo na internet incitando a violência na categoria contra os motoristas do aplicativo Uber. 

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Na noite do mesmo dia, os chamados frotistas, agrediram colaboradores do concorrente que ainda é considerado ilegal na capital e depredaram veículos que atendiam passageiros no Hotel Unique, durante uma festa da revista Vogue. Pela manhã, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse, em coletiva de imprensa, que os taxistas “vão desaparecer pela concorrência predatória” caso não aceitem a regulação do transporte individual e que não existiria condições de “fiscalizar uma nuvem”, em referência ao aplicativo. 

Ceará foi ao ataque. “Chega de palhaçada nessa cidade. Agora é cacete, prefeito”, declarou. Outras frases como “acabou a moleza” também foram ditas pelo presidente sindical. De acordo com a nota da entidade, não “há relação” entra as palavras de Ceará “e o cenário de violência com carros depredados e pessoas feridas”. 

Segundo o Simtetataxi, “Ceará acabou deixando o nervosismo falar mais alto, o que resultou no vídeo publicado nas redes sociais”. A entidade também explica que a palavra “cacete” foi “aparentemente mal empregada por Ceará”, mas justifica o termo dizendo que a expressão “remete à mobilização e força para enfrentar as dificuldades que estão por vir”. 

Taxistas causam tumulto em frente ao Hotel Unique, nos Jardins, zona sul de São Paulo, ao tentarbarrar alguns motoristas do aplicativo Uber Foto: Chello Fotógrafo/Futura Press

No ano passado, Matias se envolveu em outra polêmica, afirmando que caso a Prefeitura não tornasse a Uber ilegal e fiscalizasse os carros clandestinos haveria “morte” no trânsito paulistano. 

Histórico. O presidente do Simtetaxi é braço direito do vereador Adilson Amadeu (PTB), que também luta para proibir a Uber na cidade de São Paulo. Ceará, no entanto, não representa os taxistas da categoria comum, os autônomos. Ele é o chefe da entidade que defende os interesses dos funcionários das frotas de táxi que atuam na capital. Muitas vezes, o sindicalizado não possui um alvará e é o segundo taxista do carro. 

Nas vezes em que a cidade de São Paulo parou em protestos de taxistas contra o aplicativo, os atos foram convocados pelo Simtetaxi, com o apoio do vereador Amadeu. A maioria dos motoristas que fizeram longas filas em volta da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores, no centro da cidade, trabalhava para frotas. 

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