Negligência e imprudência motivaram naufrágio de barco na Bahia, diz investigação
Naufrágio de embarcação que fazia travessia entre Ilha de Itaparica e Salvador deixou 19 mortos. Resultado da investigação foi divulgado nesta terça
PUBLICIDADE
Por Heliana Frazão
Atualização:
SALVADOR - Uma somatória de negligência e imprudência motivou o naufrágio do barco Cavalo Marinho, ocorrido no dia 24 de agosto de 2017, quando a embarcação fazia a travessia entre a Ilha de Itaparica e Salvador, na Baía de Todos os Santos, deixando 19 pessoas mortas. Essa foi a conclusão a que chegou investigação realizada pela Marinha, e divulgada nessa terça-feira, 23, na capital baiana.
Veja imagens do resgate das vítimas do naufrágio na Bahia
1 / 12Veja imagens do resgate das vítimas do naufrágio na Bahia
BAHIA
Foi o segundo acidente hidroviário no Brasil em pouco mais de 24 horas. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
De propriedade da CL Transporte Marítimo, a embarcação Cavalo Marinho I tinha capacidade para levar cerca de162 passageiros. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
Embarcação Cavalo Marinhonaufragou no início da manhã desta quinta-feira, 24, próximo à Ilha de Itaparica, na localidade de Mar Grande, na Bahia Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
BAHIA
Foi o segundo acidente em águas doces no Brasil em pouco mais de 24 horas. Nesta quarta-feira, 23, um barco naufragou em Porto de Moz, no Pará. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
A embarcação Cavalo Marinho tinha capacidade para levar até 162 passageiros. O acidente ocorreu a 200 metros do Terminal marítimo. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
De acordo com a Prefeitura de Vera Cruz, a lancha saiu do terminal da Ilha por volta das 6h30 com destino a Salvador. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
A Polícia Militar foi acionada e atuou por meio do Grupamento Aéreo (Graer) e da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ilha de Vera Cruz)... Foto: Lucio Tavora/AFPMais
BAHIA
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, dois helicópteros da Polícia Militar da Bahia foram enviados ao local, assim como ambulâncias do C... Foto: Lucio Tavora/AFPMais
BAHIA
A Secretaria de Segurança Pública informou que um inquérito será aberto para que as causas do acidente sejam apuradas. Foto: Lucio Tavora/AFP
BAHIA
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), postaram notas de pesar em suas respectivas contas nas redes sociais. Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
BAHIA
O governo do Estado da Bahia decretou três dias de luto oficial. Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
BAHIA
Incidente ocorreu por volta das 6h30 da manhã de quinta-feira, 24 Foto: Lucio Tavora/AFP
PUBLICIDADE
O inquérito, contendo 1,2 mil páginas, reúne cerca de 50 interrogatórios, depoimentos de testemunhas, laudos técnicos e simulações realizadas pelos órgãos competentes, para atestar as circunstâncias em que ocorreu o acidente e apontar a responsabilidade.
O comandante do 2º Distrito Naval, o vice-Almirante Almir Garnier Santos, e o Capitão dos Portos Leonardo Reis, que apresentaram o resultado da investigação em entrevista coletiva à imprensa, disseram que o levantamento aponta que o engenheiro responsável pelo barco e o proprietário da embarcação agiram de forma negligente, e o comandante do barco foi imprudente.
Eles observaram que, apesar de o barco ter passado por vistoria da Marinha quatro meses antes da tragédia, no mês de maio foram realizadas mudanças irregulares, sem nova avaliação do órgão responsável.
O capitão Leonardo Reis destacou a instalação de um novo lastro na embarcação, formado por pedras, com cerca de 400 quilos. Segundo ele, o balanço da lancha, no mar agitado, fez com que as pedras corressem para o mesmo lado que os passageiros, ocasionando o naufrágio. Relataram também a exposição da embarcação a condições meteorológicas adversas, com tempo muito instável.
O laudo será encaminhado ao Tribunal Militar, no Rio de Janeiro, para ser validado por novos especialistas, mas ainda sem previsão de conclusão. Os implicados no acidente já foram notificados pela Marinha e dispõem de prazo de 10 dias para apresentar defesa.