
20 de outubro de 2008 | 11h51
Nayara Rodrigues da Silva, de 15 anos, recebeu nesta segunda-feira, 20, a notícia da morte de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos. Nayara era a melhor amiga de Eloá e estava no apartamento onde as duas foram mantidas reféns quando o local foi invadido pela polícia, no fim da tarde da sexta-feira, 17. Nayara deve receber alta hospitalar na quarta-feira, 22, segundo informações de Homero Nepomuceno Duarte, secretário de Saúde de Santo André. Veja também: Corpo de Eloá será enterrado em cemitério de Santo André Coração de Eloá é doado a mulher de 39 anos Lindemberg teme ser morto na cadeia e advogada fará a defesa Saiba como foi o fim do seqüestro Confira cronologia do seqüestro Galeria com imagens do seqüestro Todas as notícias sobre o caso Imagens da negociação com Lindemberg Alves I Imagens da negociação com Lindemberg Alves II Eloá, 'uma menina falante'; Lindemberg, 'um trabalhador' Seqüestro em Santo André é o mais longo registrado em SP Após receber alta, Nayara deve receber acompanhamento psicológico, segundo Duarte. De acordo com o secretário de Saúde da cidade, a menina chorou quando recebeu a notícia, mas seu estado psicológico é estável. Ele afirmou que Nayara deve receber alta na quarta, a não ser que algum imprevisto aconteça. Nayara é a principal testemunha do caso, já que estava no apartamento quando o local foi invadido por policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e só ela pode afirmar se Lindemberg disparou antes da invasão. E quem efetuou os disparos após a invasão. A polícia ainda não pediu o depoimento de Nayara, segundo Duarte. No entanto, os policiais já pediram informações sobre o estado emocional da menina. Um psicólogo deve acompanhar os depoimentos de Nayara sobre o caso para que excessos não sejam cometidos, afirmou Duarte. Segundo ele, o acompanhamento será feito para que "não haja excesso nas perguntas" e que "pressionada" a menina não fale coisas que "podem ser fruto de fantasia e pressão psicológica", declarou. No domingo, o secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, esteve no hospital. Ele disse que "não há pressa" para a Polícia Civil tomar o depoimento de Nayara, para esclarecer o que ocorreu durante o seqüestro. "Ela vai prestar depoimento quando as autoridades médicas acharem que ela tem condições. Não há razão para precipitação", afirmou. "Nayara está sob nossos cuidados e do Conselho Tutelar e não consideramos benéfico à recuperação que ela se pronuncie oficialmente enquanto estiver internada", afirmou Rosa Maria Pinto de Aguiar, diretora do Centro Hospitalar Santo André, onde ela está internada.Marrey se recusou a fazer uma avaliação da atuação do Gate no episódio. "Qualquer análise ou conclusão agora é uma precipitação. O Gate atuou em circunstâncias dramáticas, mas a avaliação deve ser feita por quem detém conhecimento de intervenção em situações de risco, no bojo de inquérito policial submetido à Justiça." Texto ampliado às 12h22 para acréscimo de informações.
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