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'Não tenho problema com privatização', afirma Haddad

Prefeito considerou medida válida quando beneficia a população, mas negou que proposta para os terminais de ônibus seja uma

Por Juliana Diógenes
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na manhã desta quinta-feira, 14, que é favorável a privatizações em caso de benefício à população. "Por exemplo, a Prefeitura está vendendo uma gleba na Cidade Tiradentes. É uma privatização. Não vejo nenhum problema com isso", afirmou, em visita ao Parque do Rodeio, no extremo leste da capital.O lote, de 632 mil metros quadrados, deve ser vendido por preço estimado de R$ 73 milhões. A condição, entretanto, é que a empresa compradora erga ali um complexo comercial e de serviços.

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No dia seguinte à aprovação da Câmara Municipal de uma lei de Haddad para terceirizar terminais de ônibus, o prefeito negou que a proposta seja de privatização.

"Tem gente que considera que toda e qualquer parceria, mesmo que temporária com o setor privado, é privatização.  Aí é uma questão semântica. Eu não considero. Eu considero privatização a alienação de um bem", explicou. "Quando você faz uma parceria e aquele bem retorna para o âmbito do Estado, eu não considero privatização porque aquele bem continua público. Ele só está sendo administrado em parceria com o setor privado, é diferente."

Segundo Haddad, a proposta que permite a concessão dos 29 terminais da cidade à iniciativa privada por um prazo de até 30 anos é de concessão, diferentemente de uma parceria público-privada (PPP).

"Concessão exige lei específica de acordo com a Lei Orgânica (do Município). Diferente de uma PPP que tem uma lei genérica. Vamos começar a estudar quais são os terminais que podem ter interesse da iniciativa privada para que eles mantenham o terminal em troca da exploração do potencial de aproveitamento do terreno", declarou. 

O prefeito afirmou que há um "mapeamento superficial" sobre os coletivos com possibilidade de privatização e adiantou que a ideia é ter shoppings nos terminais, nos moldes da Estação Santa Cruz, da Linha 1-Azul do Metrô. 

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Assembleia. Motoristas e cobradores realizam nesta quinta-feira uma assembleia que irá definir os rumos da campanha salarial. O sindicato exige 15,5% de reajuste salarial e aumento do valor de outros benefícios. A proposta das empresas é de aumento de 7,21%. 

Questionado sobre a possibilidade de decisão pela greve, Haddad disse que a expectativa da Prefeitura é de que não haja. "Mesmo havendo uma negociação aberta, havendo divergência, a Justiça já decidiu pela essencialidade do serviço público de transporte", afirmou o prefeito.

"O que nós estamos fazendo chegar aos dois sindicatos é que observem as decisões judiciais a respeito da essencialidade do serviço de transporte público. Transporte público é essencial e não pode faltar para a população", considerou Haddad.

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