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'Não são obras pontuais. Impactam a cidade inteira'

Para Haddad, as cinco grandes obras urbanas de sua gestão são consequência direta do Plano Diretor, aprovado pela Câmara em junho de 2014

Por Edison Veiga
Atualização:

O acadêmico parece se apropriar um pouco do político Fernando Haddad (PT) quando, em sua sala no 5.º andar do Edifício Matarazzo, sede do Executivo paulistano, ele amarra teoricamente as cinco transformações urbanas. “Estão geograficamente distribuídas, uma em cada região da cidade. O que torna tudo mais saboroso”, afirma. A um ano e meio das próximas eleições municipais, o prefeito recebeu a reportagem do Estado para falar sobre os projetos. Não só deu sua visão de cada uma dessas obras – no caso da reforma do Autódromo de Interlagos, já em andamento –, como comentou sobre a marca que elas terão em sua carreira de administrador público.

A um ano e meio das próximas eleições municipais, o prefeito Fernando Haddad (PT)recebeu a reportagem doEstadopara falar sobre os projetos Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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O senhor acredita que esse conjunto de obras vai acabar se tornando a principal marca de sua gestão?

O Plano Diretor (aprovado pela Câmara em junho de 2014) já é, né? Ao longo dos próximos 16 anos, o investimento privado da cidade está organizado. Esses projetos são consequência disso. E vão consolidar uma visão de que também as grandes glebas da cidade receberam tratamento adequado. São as últimas grandes áreas de São Paulo que estão sendo repensadas para atender ao desenvolvimento urbano de maneira sustentável. 

Em sua opinião, quais são os principais pontos dessas obras?

Não tem volta: são ideias com turbina própria, e elas vão reorganizar a cidade. Confio muito que esses empreendimentos vão dar certo em São Paulo. E com uma grande vantagem: em uma época de restrição orçamentária, estamos falando de projetos que não envolvem dinheiro público, pois serão viabilizados por meio de parcerias com o setor privado (no caso de Interlagos, os investimentos de R$ 170 milhões são dos governos federal, na maior parte, e municipal). 

Há ansiedade em ver esses projetos em andamento, considerando que o seu mandato atual já passou da metade? 

Até o fim do mês, tudo estará em andamento. Interlagos já está sendo reformado. Cidade Tiradentes está com edital já publicado; Pacaembu, em processo de estudos. Ceagesp e Anhembi também serão lançados até o fim do mês.

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O que há em comum entre esses cinco projetos propostos pela sua gestão?

São cinco grandes glebas que passam por reformulação, coincidentemente uma em cada região de São Paulo. Estão distribuídas geograficamente de uma maneira inusitadamente perfeita. De certa maneira, combinam com o Plano Diretor, no sentido de organizar melhor o território e a ocupação do solo. Não são obras pontuais e não impactam só o entorno – mas a cidade inteira. 

É o esboço de uma nova São Paulo?

Estamos desenhando a São Paulo definitiva do século 21. Veja, no caso da zona leste, onde há carência de emprego, estamos com um esforço muito grande para equilibrar um pouco o jogo – e esse centro comercial a ser erguido lá terá esse papel. Mas nosso olhar está também na ‘esquina’ mais importante da cidade, entre os Rios Pinheiros e Tietê. Tirar a Ceagesp dali significará o desenvolvimento de um novo bairro, preparando inclusive a ocupação da Lapa de Baixo. Depois de longos estudos sobre o Arco do Futuro, com foco no Arco Tietê, percebemos que, se não removermos esse obstáculo intransponível, a volta para o centro velho não vai acontecer. Ocupar as margens dos rios de maneira qualificada é fundamental. O cartão-postal definitivo de São Paulo neste século vai ser a ocupação das margens dos rios. A limpeza deles só vai acontecer com esse movimento urbano, em que voltaremos a olhar para eles.

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