'Não havia ação preventiva que pudesse corrigir o que aconteceu em SP', diz prefeito em exercício

Prefeitura não informou onde Covas está; Tuma destacou diversas vezes que o prefeito 'está presente' mesmo licenciado, mas não informou se Covas pretende voltar antes do previsto

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Por Isabela Palhares
Atualização:
Alagamentocausado por forte chuva no bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Prefeito em exercício de São Paulo, Eduardo Tuma disse nesta segunda-feira, 11, que não havia nada que pudesse ter sido feito antes para evitar a tragédia que aconteceu na cidade com a forte chuva desta madrugada. Pelo menos 11 pessoas morreram e quatro ficaram feridas em São Paulo e na região metropolitana.

"Não havia ação preventiva que pudesse corrigir o que aconteceu. O volume de chuva foi muito maior do que o esperado", afirmou. Tuma assumiu o comando a cidade nesta segunda-feira, após o prefeito Bruno Covas se licenciar por  uma semana por motivos pessoais.

Chuva derrubou murona Avenida do Estado, região sul de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

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A Prefeitura não informou onde Covas está, mas Tuma destacou diversas vezes que o prefeito "está presente" mesmo licenciado e, de longe, coordena as ações. Questionado se o prefeito pretendia retornar da licença antes do previsto, Tuma não respondeu.

O coronel José Roberto, secretário de Segurança Urbana, disse que a situação excepcional ocorreu porque o esperado de chuva para todo o mês seria 170 mm, mas o acumulado dos últimos 11 dias já ultrapassa os 160mm. "Desde 2016 não tínhamos um volume tão grande de chuva na cidade. E em alguns pontos da cidade, como na Vila Prudente e Ipiranga, o volume foi ainda maior", disse.

Tuma e os secretários insistiram que a prefeitura adotou todas as ações que eram necessárias. Alexandre Modonezi, secretário das subprefeituras, disse que a limpeza de bocas de lobo e galerias estava sendo feita, mas não suportou o volume de água que veio dos rios que transbordaram. "Não era água da rua, mas dos rios", afirmou. 

Caminhões de hidrojato, que desentopem as bocas de lobo e galerias, estão em operação na Marginal do Tietê e na região do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, para ajudar a drenar a água. Desses caminhões, 14 estão na Marginal - que, segundo a prefeitura, continua intransitável em alguns pontos da faixa central.

Caos em São Paulo

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As fortes chuvas que atingiram a cidade de São Paulo e o Grande ABC na noite de domingo e na madrugada desta segunda-feira, 11, causaram diversos transtornos. Às 12h45, a Defesa Civil confirmou 11 mortos.

Segundo a Defesa Civil, somente em Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, foram registrados quatro óbitos e dois feridos no desabamento de uma casa após deslizamento de terra.

Casa que desabou em Ribeirão Pires deixando três homens e uma mulher mortos. Três das vítimas são irmãos Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Na avenida do Estado, na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, quatro pessoas foram arrastadas pela enxurrada e morreram por afogamento, de acordo com a Defesa Civil. São três em São Caetano e uma em São Paulo. Outras 12 pessoas foram resgatadas - sendo quatro mulheres e 8 crianças, segundo o Corpo de Bombeiros.

Com o transbordamento do Rio Tamanduateí, a situação na região do Ipiranga, na zona sul, é a mais crítica e a área segue em estado de alerta desde 20h40 deste domingo.

As Marginais do Pinheiros e do Tietê estão travadas em diversos pontos e os motoristas saem dos veículos enquanto aguardam o trânsito desafogar.

Em São Bernardo do Campo, um motociclista morreu afogado. Foram registrados na cidade muitos alagamentos e quedas de árvore. Um deslizamento em Embu das Artes teve três vítimas socorridas - sendo uma delas uma criança que veio a óbito no hospital.

Santo André teve uma vítima de afogamento e muitos alagamentos. São Caetano do Sul também sofreu com muitos pontos de alagamento. 

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