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'Não há nenhuma decisão sobre rodízio de água', diz Alckmin após reunião com Dilma

Governador paulista afirma que Sabesp avalia questão de forma técnica e está monitorando as reservas permanentemente; nesta semana, presidente esteve com governadores do Rio e de Minas

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Rafael Moraes Moura e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Em meio à maior crise hídrica da história de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta sexta-feira, 30, que não há ainda nenhuma decisão tomada quanto à implementação do rodízio de água no Estado. Alckmin discutiu a crise no abastecimento com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto - foi a terceira audiência entre os dois nos últimos três meses.

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Conforme informou nesta sexta-feira o Estado, entre as saídas estudadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para evitar o colapso completo do Sistema Cantareira, a mais provável é a adoção de um rodízio de 4 por 2 (quatro dias sem água e dois com).

"Não há nenhuma decisão tomada sobre rodízio de água, este é um assunto que a Sabesp está avaliando tecnicamente, monitorando permanente", disse Alckmin, em coletiva de imprensa. "Nós optamos pela válvula redutora de pressão, porque com ela você não zera o sistema e, não zerando o sistema, diminui o risco de contaminação, porque você mantém o sistema sob pressão."

Dilma, Mercadante e outros ministros se reúnem com Alckmin e secretários paulistas no Planalto Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Alckmin destacou que o governo está distribuindo gratuitamente caixa d'água para famílias de baixa renda e disse que não há decisão sobre a utilização da terceira reserva técnica do Cantareira. "Não há decisão sobre a utilização da terceira reserva técnica do Cantareira, mas não pretendemos utilizá-la, a não ser que haja uma extrema necessidade", observou o governador.

Por parte do governo federal, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) acompanharam a conversa entre Dilma e o governador no Planalto. Por parte do governo estadual, Alckmin trouxe o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga.

Nesta quarta-feira, 28, a presidente recebeu no Planalto os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para tratar da situação do abastecimento de água nesses Estados. Minas já cogita dentro de três meses adotar o racionamento, caso a situação se agrave.

"É responsabilidade do governo dos Estados a gestão e operação do abastecimento, mas podemos construir parcerias republicanas, que aumentem a oferta de água, não só projetos estruturantes, mas medidas emergenciais", destacou Mercadante, lembrando que o Planalto está buscando "desenhar todas as parcerias possíveis para aumentar a oferta de água".

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Financiamento. No dia 4 de dezembro de 2014, Alckmin assinou com a presidente Dilma um contrato que garantirá o financiamento de R$ 2,6 bilhões às obras do Sistema Produtor São Lourenço. O empreendimento será financiado pela Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS e ajudará a ampliar a capacidade de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo. A previsão é de que a obra beneficie sete municípios a oeste da capital, reduzindo a pressão sobre outros sistemas, como o Cantareira. 

Na semana passada, o projeto de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha foi incluído na carteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) A decisão foi tomada no dia 22 pelo Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (CGPAC). A obra, estimada em R$ 830,5 milhões, faz parte dos projetos de segurança hídrica que o governo de São Paulo apresentou ao Palácio do Planalto com o objetivo de reforçar o abastecimento de água no Estado.

"A obra já está no RDC (regime diferenciado de contratação), já pode acelerar o processo licitatório, é uma obra que deve ficar pronta em torno de um ano e oito meses, o diagnóstico que hoje o Jaguari estaria numa cota de 0%, mas só o volume morto do Jaguari é aproximadamente metade do volume útil do Cantareira", destacou Mercadante.

"Hoje celebramos aqui uma conquista importante, que é a interligação da represa de Atibainha, que é do Sistema Cantareira, com a represa do Jaguari, que é do Paraíba do Sul. O que vamos fazer é interligar bacias hidrográficas", comentou o governador. "É uma obra estruturante, importante, que dobra a capacidade de reserva", completou o tucano.

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