Na segurança, essa operação consolida a divisão do Rio

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Por Wilson Tosta
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ANÁLISE   Com a 33.ª UPP, o governo Sérgio Cabral Filho (PMDB) conclui o cinturão de proteção aos grandes eventos e consolida a divisão do Rio, para efeito de política de segurança, em dois. O primeiro Rio segue um arco imperfeito, que começa na Rocinha, caminho da endinheirada Barra da Tijuca, e acaba no empobrecido Complexo do Alemão, na Penha, subúrbio carioca. É dentro dessa área que se concentrará a maior parte das atividades neste ano da Copa da Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos, em 2016. O outro Rio fica do lado: é um mosaico composto pela zona oeste (onde só há as UPPs Jardim Batan, em Realengo, e Cidade de Deus, em Jacarepaguá), o restante da Região Metropolitana (Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense) e o interior. A diferença de resultados dessa política parece emergir dos números do Instituto de Segurança Pública (ISP), da Secretaria de Segurança. Uma consulta levando em consideração os meses de fevereiro de 2008 (o último antes da instalação da primeira UPP, em Botafogo) e de 2013 (último dado disponível) mostra que desabaram na capital do Rio os homicídios dolosos (33%), roubos de veículos (51%), roubos a transeunte (30%) e roubo em transporte coletivo (40,8%). Na Baixada, os mesmos indicadores criminais variaram em outro padrão, nos mesmos meses analisados: menos 17,2% nos assassinatos e menos 58% nos roubos a coletivos, mas aumento de 32% nos roubos de veículos e de 16,4% nos assaltos de rua. Uma suposta migração de criminosos para áreas menos policiadas parece ser a hipótese mais razoável para explicar essas diferenças de números. A extensão (e composição) dessa migração, porém, talvez requeira análise mais detalhada de outros indicadores criminais.

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