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Na posse, reitor da USP fala em revisão da governança

Marco Antonio Zago vai administrar uma universidade de 90 mil alunos e 6 mil professores; antecessor não foi à cerimônia

Por Paulo Saldaña
Atualização:

Com um discurso que ao mesmo tempo exaltou qualidades da Universidade de São Paulo (USP) e relembrou os desafios para os próximos anos, o professor Marco Antonio Zago tomou posse ontem do cargo de reitor da instituição. Zago fica na reitoria até 2018 e sucedeu a João Grandino Rodas, que não compareceu à cerimônia.Quem fez a transferência das vestes talares (indumentária típica do reitor, com a samarra, capelo e colar doutoral), que simboliza a transmissão do cargo, foi o vice-reitor, Hélio Cruz. Sem comentar a ausência de Rodas, Zago agradeceu a Hélio pela presença "nesse momento bastante delicado de nossa transição".O novo reitor vai administrar uma universidade com 90 mil alunos, cerca 6 mil professores e 16 mil funcionários. Apontada com a melhor universidade da América Latina, a USP é responsável por 23% da produção científica do Brasil. A universidade completou ontem 80 anos.Em seu discurso, Zago disse que a USP "não se furtará às suas responsabilidades", ressaltando a necessidade de reavaliar o sistema de acesso e "acompanhar com atenção o progresso da inclusão social e racial, construindo as intervenções necessárias". A situação financeira também foi citada como um dos pontos de maior preocupação. "Passamos por um desequilíbrio financeiro que pode pôr em risco a nossa autonomia." A USP fechou o ano passado com 100% de seu orçamento comprometido com a folha de pagamento, o que tem feito a universidade recorrer às suas reservas de caixa. A universidade recebe uma parcela fixa de 5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Revisão. O reitor ainda ressaltou que haverá uma revisão da governança da universidade, de forma a melhorar a relação com os estudantes, democratizar os sistemas de poder na universidade, avançar na transparência e no próprio diálogo interno. Na campanha, Zago apontou o esvaziamento desse diálogo como um dos problemas da gestão do professor João Grandino Rodas.Participaram da cerimônia o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT), os ministros Marco Antonio Raupp (Ciência) e Alexandre Padilha (Saúde), entre outras autoridades.

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