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Na Poli, 87% são a favor da PM no câmpus

Por Bruno Paes Manso e Denize Guedes
Atualização:

A ocupação do prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo no fim de semana teve atividades que discutiram de Vladimir Lenin e as estratégias marxistas para tomada de poder às críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a política de drogas na América Latina. No almoço de ontem, alunos que ocupam o prédio desde a noite de quinta-feira - quando três estudantes da Geografia foram detidos com maconha - debateram o livro O Estado e a Revolução, de Lenin. Na noite de sábado, havia sido exibido o documentário Cortina de Fumaça, de Rodrigo de Mac Niven, que debate a política de drogas no Brasil e no mundo e entrevista FHC. A política de drogas voltaria a ser debatida na madrugada de hoje, com o documentário Notícias de uma Guerra Particular, de João Moreira Salles, sobre o narcotráfico no Rio.O diário da ocupação está sendo divulgado no blog http://ocupauspcontrarepressao.blogspot.com e no Facebook (www.facebook.com/OcupaUsp).Estudantes prometem fazer hoje uma assembleia geral para decidir até quando continuarão no prédio. E preparam um protesto para as 18 horas no Portão 1. A principal reivindicação é a retirada da PM do câmpus.Teses. Caso decidam manter a ocupação, as defesas de mestrado e doutorado da FFLCH podem ser prejudicadas. É nas salas do edifício que as bancas da FFLCH ocorrem. O prédio ocupado ainda é o local da administração dos cursos e onde se realizam diplomações e titulações, como as de professor emérito.O calendário de defesas do segundo semestre tem a primeira banca - de mestrado - agendada para quinta-feira, às 14 horas, sobre romances brasileiros contemporâneos. Na sexta-feira, outras três bancas de mestrado estão programadas, uma às 10 horas, sobre a comunidade quilombola Mandira, no litoral sul, e duas às 14 horas, sobre ontogenia e poesia. Ao todo, há 40 bancas programadas no prédio até 9 de dezembro - 30 de mestrado e dez de doutorado. / COLABOROU CIDA ALVESO que alunos da Escola Politécnica acham da PM no câmpus? Apesar de representantes da ocupação falarem que alunos da USP são contra a presença da PM, eles não representam a posição dos estudantes da Politécnica. Respeitamos a opinião dos alunos da FFLCH, mas em plebiscito feito com mais de 500 estudantes da Poli quase 100% exigiram mais segurança e 87% disseram acreditar na presença da polícia para reforçar segurança no câmpus. Vocês se manifestarão a favor da PM na USP? Ainda não tivemos um dia de aulas após o fato na FFLCH para confirmar a posição dos alunos da Poli sobre a presença da PM. Mas, pelo que tenho visto nas redes sociais, não mudou nada. Vamos debater e, se for de interesse dos alunos da Poli, poderemos nos manifestar a favor. A PM melhorou a segurança? Minha percepção é de que passa sensação maior de segurança. Mas estamos longe de uma solução. Há locais em que não me sinto nada seguro à noite.

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