Na Avenida Rebouças, clima era de medo e perplexidade

'Só vi a polícia atirando bombas para cima; e os manifestantes revidando com pedras para baixo', afirma segurança

PUBLICIDADE

Por Paulo Saldaña
Atualização:

Moradores, pessoas que estavam ou que trabalham na região da Avenida Rebouças, zona oeste de São Paulo, ficaram aterrorizadas com a ação dos manifestantes. Três agências bancárias e uma concessionária de veículos tinham, ontem à noite, marcas do protesto. A via foi onde ocorreu o principal confronto. Os manifestantes jogaram pedras em estabelecimentos comerciais, o que causou medo e perplexidade.Por pouco o segurança Edgar Silva, de 27 anos, não foi atingido por pedradas. Ele trabalha em uma empresa de monitoramento de bancos da região e seguia para uma agência do Santander, na esquina da Rebouças com a Rua Cônego Eugênio Leite, em Pinheiros, quando os manifestantes entraram em confronto com a polícia. "Só vi a polícia atirando bombas de gás lacrimogêneo para cima e os manifestantes revidando com pedras para baixo", afirmou. A agência teve a porta e a vidraça estilhaçadas. Manobristas que trabalham nos restaurantes das redondezas sentiram o cheiro do gás lacrimogêneo em ruas próximas do conflito. Numa farmácia, também na Rebouças, várias pessoas entraram com os olhos irritados por causa do gás jogado pela polícia. "Parecia um grupo pequeno, mas eles jogavam muita pedra. Acho que tem de se manifestar, mas por outras coisas", disse uma funcionária da Drogaria São Paulo que não quis se identificar.As pedras também atingiram a Concessionária Carreira, que teve a vidraça estilhaçada. O caseiro José Valdomiro, de 68 anos, que trabalha ao lado, disse ter visto uma chuva de pedras. "O problema é que os lojistas não têm culpa."A concessionária fica na frente do Pronto-Socorro Itamaraty, onde a recepcionista Jussara Brito, de 39 anos, disse ter ficado "perplexa" com o ataque. "Apesar de não serem todos os manifestantes que fazem quebra-quebra, é ruim ver a burrice de quem age com violência", afirmou.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.