SÃO PAULO - O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, disse que pretende apresentar, ainda neste ano, uma proposta de revisão tarifária à agência reguladora do setor (Arsesp) para aumentar o número de consumidores beneficiados com a tarifa social, que custa um terço da taxa normal de água.
Em entrevista publicada nesta segunda pelo jornal Valor Econômico, Kelman afirmou que cerca de 300 mil famílias pagam a tarifa reduzida - R$ 14 para quem consome até 10 mil litros por mês. A tarifa padrão para um cliente residencial com o mesmo consumo é de R$ 41,28. O dirigente afirmou que para isso será preciso aumentar a tarifa dos grandes consumidores, como empresas e indústrias.
O objetivo da proposta, segundo Kelman, é aumentar o teto de arrecadação da companhia para ampliar os investimentos em saneamento. “A tarifa é uma maneira de dividir custos. A Sabesp tem uma quantidade de custos para prestar o serviço que presta. Para prestar um serviço de qualidade, ela precisaria de uma receita maior. Uma receita maior significa uma tarifa maior”, afirmou.
Em agosto de 2015, o dirigente já havia defendido alterações na estrutura tarifária. Uma delas era modificar a tarifa mínima. Hoje, quem consome 500 litros ou 10 mil litros paga o mesmo valor. Para ele, essa lógica não incentiva a economia no consumo. Ele também já defendeu a cobrança separada de água e esgoto. Hoje, a mesma tarifa sobre a água consumida é cobrada de esgoto no imóvel.