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Muros antienchente ficam para 2013

Orçada em R$ 40 mi, construção de diques contra inundação da Marginal do Tietê espera licitação; governo esperava concluir obra até fim do ano

Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

Os quatro diques para proteger a Marginal do Tietê de alagamentos nas áreas vulneráveis a transbordamentos do rio só ficarão prontos para o período de chuvas de 2013, prevê agora o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, Edson Giriboni. O novo prazo de conclusão da obra contraria promessa feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no lançamento de pacote antienchente, no início de março (leia ao lado). Na época, pouco depois dos transbordamentos que alagaram as Marginais do Tietê e do Pinheiros, Alckmin previu entregar até o fim deste ano os pôlderes - diques (muros) de proteção a inundações do rio com bomba para retirar água da pista.O edital para a licitação da obra, segundo Giriboni, está pronto há um mês - desde o início de junho - e aguarda suplementação orçamentária do governo para ser publicado. A construção dos quatro pôlderes vai custar cerca de R$ 40 milhões aos cofres do Estado - em, média, R$ 10 milhões para cada um.Os diques serão erguidos nas Pontes do Limão, da Vila Guilherme e da Vila Maria e do Aricanduva - onde a obra ajudará a evitar inundações nas ruas do bairro, bombeando o excedente da bacia do Aricanduva para o Tietê. "A partir da publicação (do edital), contamos 90 dias para o término da licitação e depois 12 meses para o final da obra, que só deve ficar pronta no final do próximo ano (para o verão de 2013)", afirmou Edson Giriboni.O novo prazo, porém, pode ser prorrogado se houver contestação durante o processo licitatório, algo comum. Até por isso a Secretaria Estadual de Saneamento trabalha oficialmente com um prazo de execução de 18 meses para esta obra, segundo informou a assessoria de imprensa da pasta na última semana. O edital deve sair ainda este mês. Para evitar que se repitam no próximo verão as cenas de alagamentos vistas nas Marginais durante a última estação das chuvas, o governo estadual diz apostar no processo de desassoreamento do rio. "O nosso grande desafio é diminuir o risco de enchente e estamos fazendo isso para o próximo verão, intensificando o trabalho de retirada do material assoreado ao longo do Rio Tietê", minimiza Giriboni.Desassoreamento. Iniciado em 20 de maio, a retirada de sedimentos do leito do Rio Tietê já completou um mês, mas a Secretaria Estadual de Saneamento não tinha até o fim da semana passada fechado um balanço mensal sobre a quantidade de material desassoreado.Oficialmente, a pasta mantém a previsão inicial de retirada de 2,1 milhões de metros cúbicos de sedimentos este ano. O secretário Edson Giriboni, entretanto, admite que até dezembro o volume de material desassoreado do Rio Tietê deve atingir a marca de "1,4 milhão a 1,5 milhão de metros cúbicos", abaixo da meta inicial. "Numa previsão otimista, são retirados em um mês de 200 mil a 250 mil metros cúbicos (de sedimentos)", afirma Giriboni.Pelo contrato para o desassoreamento do Tietê, firmado no valor de R$ 30,2 milhões, serão retirados em um prazo de 20 meses um total de 2,7 milhões de sedimentos do leito do rio.PARA LEMBRARDique faz parte de pacote No início de março, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançou um pacote antienchente com uma série de medidas para minimizar os riscos de inundações na região metropolitana. Além dos diques na Marginal do Tietê, foram anunciadas a intensificação da retirada de sedimentos dos dois maiores rios da capital (Tietê e Pinheiros), a entrega de um piscinão na bacia do Pirajuçara, na zona sul, a construção de outros quatro reservatórios e obras de proteção à várzea do Rio Tietê na região do Parque Ecológico, entre a zona leste e Guarulhos.Na ocasião, Alckmin previu que os investimentos em obras de macrodrenagem subiriam de R$ 285 milhões para R$ 558,5 milhões.

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