
30 de outubro de 2015 | 23h24
SÃO PAULO - Um grupo composto em sua maioria por mulheres protestou no fim da tarde desta sexta-feira, 30, contra o projeto de lei que dificulta o acesso ao aborto legal para vítimas de estupro. De autoria do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele foi aprovado no dia 21 pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A proposta condiciona a permissão da interrupção da gravidez à comprovação de um exame de corpo de delito e a um informe à polícia.
Os manifestantes se reuniram na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, e saíram em caminhada às 18h15. Segurando cartazes com os dizeres “Fora Cunha” e “abaixo a cultura do estupro”, eles fecharam a avenida no sentido Paraíso, desceram a Brigadeiro Luis Antônio e chegaram à Praça da Sé por volta das 21h30, onde encerraram o ato. Crianças também participaram da passeata com suas mães. A Polícia Militar estimou o público em 3 mil pessoas, enquanto os organizadores disseram que havia 15 mil.
“A vítima de violência sexual perderá a garantia do fornecimento da pílula do dia seguinte, além de não ser mais informada sobre seus direitos legais e sobre os serviços sanitários disponíveis. Mulheres pobres e negras são as que mais sofrerão com isso”, afirmaram os organizadores do evento em sua página no Facebook. “Através de nossa mobilização, podemos mudar esse quadro de terror”, afirma a página, criada por coletivos que atuam em defesa das mulheres.
Mobilização. Desde o início da semana, grupos têm feito atos em cidades brasileiras contra o projeto com o mote “ #ForaCunha”. Neste sábado, há eventos programados em ao menos dez cidades. Em São Paulo, manifestantes vão reunir-se no Masp às 17 horas e pediram que os participantes usem roupas de cor preta “como forma de luto às mulheres vítimas de qualquer forma de abuso ou violência”.
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