16 de fevereiro de 2012 | 03h05
No último ano, as duas perderam contato. Se pudesse, Maria Augusta diz que telefonaria para Ana Cristina e a confortaria. "Estou acompanhando o caso pela TV", diz a dona de casa. "Mas acredito que os jurados têm condições de fazer o que é certo. Prefiro não falar se ele deve ou não ser condenado."
Apesar de ter perdido contato com a mãe de Eloá, Maria Augusta diz que mantém o carinho por ela. "Faz tempo que não nos falamos por telefone, mas sou eternamente grata pelo seu gesto (de autorizar a doação de órgãos)."
A atitude ajudou ainda um homem que esperava um rim, uma jovem que aguardava córneas e uma criança que precisava de um pulmão.
Maria Augusta nasceu com ventrículo único direito, um problema congênito no coração que fazia com que ela tivesse desmaios constantes. A primeira crise mais grave a atingiu aos 6 anos, quando precisou ser internada. Por isso, nunca podia sair sozinha. Com dificuldade, concluiu o ensino médio no Pará. Não podia subir escadas ou caminhar um quarteirão inteiro.
Após 2 anos e 4 meses, a dona de casa conseguiu um coração para transplante. "Hoje, minha vida está ótima. Posso fazer coisas simples, como pegar o Metrô ou fazer compras", diz. Maria Augusta se casou e vive em São Paulo. Neste ano, pretende se juntar a uma ONG que auxilia pessoas que receberam transplantes. / TIAGO DANTAS
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.