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Mulher é morta por bala perdida durante confronto na zona sul

Policiais e criminosos iniciaram o tiroteio na Avenida Carlos Lacerda após tentativa de furto a caixa eletrônico; outra vítima ficou ferida

Por Felipe Resk
Atualização:

Atualizada às 20h21

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SÃO PAULO - Uma mulher morreu após ser atingida por uma bala perdida durante confronto entre policiais militares e assaltantes na região do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista, na madrugada desta segunda-feira, 9. A garçonete Marinalva da Silva Sousa Oliveira, de 39 anos, voltava do trabalho, na garupa de uma motocicleta, quando um dos disparos acertou seu peito. A bala também atingiu de raspão a amiga, que conduzia o veículo. Dois policiais ficaram feridos e um suspeito morreu.

Por volta das 3 horas, os policiais militares foram acionados para evitar uma tentativa de furto a caixa eletrônico na Avenida Carlos Lacerda. Ao chegar ao local, os oficiais descobriram que, na verdade, a ocorrência se tratava de um roubo a uma casa lotérica da região, que foi invadida por cinco bandidos fortemente armados e teve dois cofres saqueados. Para a ação, que teria começado por volta da 1h30, a quadrilha cortou a energia elétrica do estabelecimento e arrombou o portão. Moradores relatam que, ao perceber a chegada da PM, os assaltantes tentaram fugir. 

A Polícia Militar afirma que os oficiais foram recebidos a tiros pelos criminosos, que tentaram escapar em um Ford Focus, de cor branca. Houve perseguição e tiroteio, que atingiu uma loja da avenida e espalhou cápsulas de fuzil pela via. Neste momento, Marinalva voltava do restaurante onde trabalhava, no Jardim Paulista. Ela estava de carona com uma amiga, quando um disparo atravessou seu peito e ainda acertou a condutora da moto. A garçonete morreu na hora. A amiga foi levada para o Hospital Serra Mayor, na zona sul, mas não corre risco de morte.

Marinalva da Silva, de 39 anos, estava na garupa de uma moto, quando um dos disparos a acertou Foto: Reprodução

A perícia realizada no local do crime vai concluir se o disparo partiu de uma arma usada pelos policiais ou pelos assaltantes. “Pela dinâmica do tiro, a bala partiu de um fuzil do carro da frente, que era ocupado pelos criminosos”, afirma o delegado Luciano Campos, do Grupo Especializado em Assessoramento de Local de Crime (GEAcrim), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso. Para embasar as investigações, também foram recolhidas imagens de câmeras de segurança.

Mudança. O irmão da vítima, o garçom Gilberto de Sousa da Silva, de 38 anos, conta que Marinalva havia resolvido mudar de casa para fugir da violência. “Antes, ela morava na região do Jardim Olinda (também na zona sul), mas o filho foi assaltado quatro vezes. Ela se mudou justamente para sair da zona de perigo”, conta. 

Sobre o filho da garçonete, um estudante de 18 anos, Silva afirma que ele está abatido. “A nossa ficha não caiu ainda, na verdade. Eu esperava chegar em casa e encontrá-la gargalhando, como sempre fazia.” A família, natural de Pedro II, cidade do norte do Piauí, para onde o corpo será levado, chegou a São Paulo há mais de dez anos. “Ela sempre me protegia e eu sempre protegia ela. Desta vez, não consegui.”

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Novo confronto. A perseguição continuou mesmo depois de Marinalva ser atingida. Os policiais chegaram a perder os criminosos de vista, mas encontraram o carro abandonado na Rua Atucupe, a cerca de um quilômetro da Avenida Carlos Lacerda. Após realizar buscas na região, oficiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) descobriram um dos suspeitos, ferido e armado com uma metralhadora, escondido.

Segundo a Polícia Civil, Kléber Cardoso Italiano Rocha foi morto em troca de tiros com agentes da Rota. Dois policiais também ficaram feridos. Eles foram atendidos no Hospital Campo Limpo e receberam alta em seguida.

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