Atualizado às 13h50 do dia 19/10
SÃO PAULO - Dois homens que trabalhavam na pintura da ciclovia da Avenida Luís Dumont Villares, em Santana, zona norte de São Paulo, foram atropelados por um Vectra que invadiu a área onde estavam e morreram. A Polícia Militar perseguiu por três quilômetros a motorista que dirigia o carro, Juliana Cristina da Silva, de 28 anos, até prendê-la. Seu teste de bafômetro, segundo a polícia, revelou que ela havia consumido mais do que o dobro do limite máximo permitido de álcool.
O acidente ocorreu por volta da 1 hora deste domingo, 18, segundo a Polícia Civil. Nesse horário, quatro homens estavam trabalhando na pintura da faixa exclusiva para bicicletas. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) garantiu ainda que o local estava sinalizado.
Segundo a polícia e testemunhas, Juliana invadiu a área de isolamento e atingiu José Hayrton de Andrade, de 53 anos, que morreu na hora, e Raimundo Barbosa dos Santos, de 38, que chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília, no centro, onde morreu por volta das 4 horas.
A motorista não parou para socorrer as vítimas e tentou fugir. Testemunhas do acidente a seguiram e ajudaram a Polícia Militar a localizá-la. A motorista acabou presa em flagrante.
Ainda de acordo com informações da polícia, após ser detida, a motorista aceitou fazer o teste do bafômetro. Ao soprar o equipamento, os policiais descobriram que ela tinha 0.85 miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. O limite é de 0,34.
A jovem foi indiciada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar - e levada para o 73.º Distrito Policial, no Jaçanã, zona norte. Neste domingo, após o registro da ocorrência, foi transferida para o 89.º DP, no Portal do Morumbi, zona sul, onde aguardará decisão judicial. A audiência de custódia da motorista está marcada para esta segunda-feira, 19, quando sua prisão em flagrante poderá ser revogada.
Até a tarde deste domingo, nenhum parente nem advogado da acusada havia ido até a delegacia. A reportagem do Estado também não conseguiu contato com pessoas que pudessem passar a versão dela para o acidente.
Piauienses. Já os corpos das duas vítimas, ambas naturais da cidade de Piripiri, no Estado do Piauí, seriam levados para a cidade de origem assim que fossem liberados pelo Instituto Médico-Legal (IML), o que não havia ocorrido até o fim da tarde deste domingo.
Os dois trabalhadores eram funcionários da empresa Sinalta Propista, uma das contratadas pela Prefeitura de São Paulo para a instalação e a manutenção das ciclovias. A empresa informou que já havia se responsabilizado pelo translado dos corpos para o Nordeste.