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MTST protesta em frente condomínio de alto padrão no Morumbi

Cerca de mil manifestantes organizaram ato pacífico contra síndica do prédio localizado ao lado da ocupação Chico Mendes

Por Rafael Italiani
Atualização:
A síndica do condomínio não foi localizada e segundo os seguranças ela não quis dar entrevistas Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Atualizada às 23h41

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SÃO PAULO - Um protesto do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que segundo a Polícia Militar teve a presença de 1 mil pessoas, fechou nesta quinta-feira, 11, no final da tarde parte da Rua David Ben Gurion, no Morumbi, na zonal sul. Os ativistas protestaram contra moradores do condomínio Paulistano, localizado ao lado da ocupação Chico Mendes, no terreno com cerca de 30 mil metros quadrados. De acordo Natalia Szermeta, coordenadora do MTST, moradores do prédio têm atirado objetos na ocupação e já houve caso de disparo de arma de fogo.

A manifestação em frente ao condomínio de luxo com sete torres e mais de 200 apartamentos foi pacífica, durou cerca de 15 minutos e terminou às 18h30. Os sem-teto atearam fogo em um boneco que representava a síndica dos edifícios de alto padrão. Com caixas de som, a coordenadora chamava a síndica de “fascista”. Os cerca de 1 mil manifestantes também cantaram em coro: “E daí? O povo dos sem-teto vai morar no Morumbi”. Viaturas da Polícia Militar ficaram do lado de fora do prédio. Um carro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) permaneceu dentro do condomínio.

A síndica não foi localizada e, segundo os seguranças, ela não quis dar entrevistas. Ninguém foi detido.

Plano. O MTST alega que o condomínio foi construído em região de Zona de Interesse Social (Zeis) de habitação. No entanto, segundo a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), a construção está regularizada. Ainda de acordo com a pasta, o terreno ocupado pelos sem-teto “trata-se de uma área municipal e, apenas a partir do novo Plano Diretor, um trecho dessa área foi definido como Zeis”.

A Sehab afirmou também que as famílias interessadas em entrar no plano habitacional devem se cadastrar na secretaria. As ocupações, de acordo com a Sehab, “não geram prioridade para o atendimento habitacional”.

Cerca de 900 pessoas invadiram o terreno que fica ao lado do Cemitério Gethsemani na última sexta-feira. O movimento transmitiu ao vivo, pela internet, o momento da ocupação. O objetivo do movimento é “garantir a destinação do terreno para a habitação popular e atender as famílias que fazem parte de programas sociais”.

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