MTST faz onda de invasão em colégios

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Por Isabela Palhares
Atualização:

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto invadiu, entre a noite de anteontem e ontem, sete escolas na Grande São Paulo, em protesto contra a reestruturação escolar promovida pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Com isso, subiu para 16 o número de unidades ocupadas tanto por estudantes quanto por integrantes do MTST. A onda se intensificou após o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública reverteram a sentença que determinava a remoção de alunos de duas escolas da capital.Na escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, ontem foi dia de comemoração. Os cerca de cem policiais que cercavam a unidade desde terça-feira deixaram a escola, após essa sentença judicial favorável aos estudantes."O governo errou ao nos tratar como criminosos e nos deixar cercados por policiais. Essa atitude enfureceu ainda mais a comunidade escolar e fortaleceu o movimento de ocupação", disse o aluno Gabriel Suzarte, de 17 anos, que está no 3.º ano do ensino médio.Ontem, os próprios alunos passaram a controlar o fluxo na escola. Eles anotavam o nome das pessoas que passavam pelo portão, mas só deixavam que os estudantes entrassem no prédio. "Estamos conscientizando todo mundo para que não haja depredação ou sujeira. O objetivo é barrar a reorganização e mostrar nossa união", afirmou Othília Balades, de 18 anos.'Dia E'. A Secretaria Estadual de Educação (SEE) havia programado para ontem a realização do "Dia E" em todas as escolas da rede para explicar aos pais, alunos e funcionários a reorganização escolar. Há cerca de 15 dias, o governo divulgou a lista das 93 escolas que serão fechadas e das 754 unidades que terão ao menos um dos ciclos (anos iniciais do ensino fundamental, anos finais e ensino médio) fechados em 2016.No entanto, com as ocupações e manifestações, em muitas delas a reunião não foi realizada. Foi o que aconteceu na Escola Estadual Antonio Manuel de Lima, na zona sul da capital. A unidade foi ocupada na noite de sexta-feira e a conversa com os pais será reagendada, segundo informações da secretaria.Em outras escolas, como na Silvio Xavier Antunes, a ocupação aconteceu logo após a reunião. Os pais e alunos são contrários ao fechamento da unidade. A SEE informou que no final da tarde de ontem a escola já havia sido desocupada.Confusão. Na escola José Lins do Rego, na zona sul da capital, após a ocupação por parte de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e estudantes, houve confusão com a Polícia Militar. Dois professores da unidade foram agredidos por policiais com cassetetes, socos e chutes, e um deles foi detido.Maurício Vasques, advogado do professor Edvan Costa, disse que a direção da escola pediu aos policiais que vetassem a entrada de novos manifestantes. "Eles contrariaram a decisão judicial que impediu a polícia de fazer reintegração de posse nas escolas", argumentou Vasques. Os docentes teriam sido agredidos após forçarem a entrada.De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o grupo teria feito um acordo com a PM e saído da escola. Os manifestantes teriam tentado retornar à unidade e a polícia os conteve. Ainda segundo a SSP, o professor detido teria agredido um policial. Vasques nega."Nós apoiamos efizemos as ocupações em escolas porque são os paise filhos de ocupaçõesdo MSTS que vão ser prejudicados com a reorganização. Mais escolas devem ser ocupadas."Guilherme BoulosCOORDENADOR DO MTST

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