MPL faz 1º protesto contra tarifa de R$ 4 no transporte de SP

Manifestação organizada pela Movimento Passe Livre está marcada para as 17h no Centro de São Paulo

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Por Fabio Leite
Atualização:
Protesto contra cortes no passe livre estudantil em São Paulo em 2017 Foto: Daniel Teixeira/Estadão

SÃO PAULO - Cinco dias após o início da cobrança da tarifa de R$ 4 no transporte público de São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) faz nesta quinta-feira, 11, o primeiro protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus, metrô e trem na capital paulista.

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O início do ato está marcado para as 17 horas na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo. O local fica a poucos metros da sede da Prefeitura. Até a noite desta quarta-feira, 10, cerca de 8,9 mil pessoas haviam confirmado presença na manifestação na página do MPL no Facebook. O trajeto ainda não foi revelado.

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"Querem nos fazer pagar ainda mais caro pelo que nem deveríamos pagar e não é possível aceitar pacificamente a existência de um outro aumento", afirma o movimento na rede social. Segundo os organizadores, outras 15 cidades de seis Estados, como Goiás, Pernambuco e Rio de Janeiro, também terão protestos contra o aumento nas tarifas a partir desta semana. 

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Em São Paulo, será o primeiro protesto desde o último aumento no preço das passagens, que subiram de R$ 3,80 para R$ 4 no último domingo, 7. O reajuste, de 5,26%, foi anunciado de forma conjunta pelas gestões do prefeito da capital, João Doria, e do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

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Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.

O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da "tarifa zero", defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expessão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20 na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o País depois da aumento da repressão policial. 

Naquele ano, Alckmin e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) acabaram sendo à pressão das ruas e revogaram o aumento no preço das passagens. Agora, o prefeito João Doria disse não temer os atos. "Não vejo perspectivas de profunda adesão (a protestos), sobretudo na população mais sensível e que compreende que esses 20 centavos, além de facilitarem o troco, representam 30% abaixo da inflação acumulada em dois anos", disse Doria à Rádio Eldorado na semana passada. Se a correção pela inflação desde 2016, quando houve o útimo reajuste, fosse aplicada, o preço da passagem subiria para R$ 4,14. 

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