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MPF denuncia sete pessoas por desviar 42 milhões de maços de cigarro

Desvios aconteceram entre 2013 e 2017; suspeitos são vinculados a três empresas que prestavam serviços à Receita para administrar o galpão em que eram depositados os itens apreendidos em ações de fiscalização

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por terem desviado 42 milhões de maços de cigarro apreendidos pela Receita Federal, em Araraquara, interior de São Paulo. Os desvios aconteceram entre 2013 e 2017, segundo nota divulgada nesta quarta-feira, 25, pelo MPF.

Os suspeitos são vinculados a três empresas que prestavam serviços à Receita para administrar o galpão em que eram depositados os itens apreendidos em ações de fiscalização. O esquema foi alvo da Operação Gestas II, deflagrada em junho deste ano, em conjunto com a Polícia Federal.

Valor total das mercadorias desviadas soma R$ 124,5 milhões Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

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Conforme o MPF, o valor total das mercadorias desviadas soma R$ 124,5 milhões. Segundo as investigações, os denunciados manipulavam o sistema de monitoramento e o controle da portaria para permitir o livre acesso dos veículos que transportavam os produtos. Os caminhões de coleta de resíduos saíam do local carregados com cigarros, sem serem vistoriados. Os produtos eram distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco. 

Seguranças e porteiros ligados ao esquema desativavam ou mudavam a posição das câmeras para dificultar a identificação das atividades. Algumas imagens eram submetidas a edições.

Para não despertar suspeita, as caixas originais dos cigarros apreendidos eram mantidas vazias ou preenchidas com plástico ou papelão.

A denúncia, encaminhada à Justiça Federal, se baseia em provas obtidas a partir da apreensão de documentos, interceptações telefônicas e quebra de sigilo bancário dos envolvidos, tudo com autorização judicial. Um dos integrantes do grupo firmou acordo de colaboração premiada com a investigação. Os denunciados devem responder pelos crimes de peculato e participação em associação criminosa. 

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