MPE quer fichar detidos por participação em protestos com queima de ônibus

Arquivo poderá servir para indiciar pessoas por mais tempo caso sejam presas por mais de uma vez

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

SÃO PAULO - O promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social Saad Mazloum quer que a polícia fiche pessoas detidas por participação em protestos que terminaram com a queima de ônibus. O arquivo vai servir, segundo o promotor, para indiciar essas pessoas por mais tempo caso elas sejam detidas mais de uma vez.

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O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira, 3, depois de uma reunião entre Mazloum e o coordenador de Operações da Polícia Militar, coronel Sérgio de Souza Merlo, para tratar da série de ataques a ônibus ocorridas na Grande São Paulo neste ano. Até esta segunda, foram queimados 35 coletivos em protestos diversos.

"Queimar ônibus virou moda", disse o promotor, ao afirmar que, segundo a PM, os ataques são, na maioria, atos isolados, sem terem sido orquestrados. "Em apenas um dos casos, um dos autores presos afirmou ter queimado o ônibus a mando de uma quadrilha organizada", disse Mazloum.

O promotor disse ter ficado satisfeito com as informações repassadas por Merlo. O coronel detalhou as ações tomadas pela PM para evitar novos ataques a ônibus. "É papel da polícia garantir a segurança para os ônibus circularem", disse o promotor.

Entre as ações adotadas, que já haviam sido anunciadas no fim da semana passada, está o deslocamento do Batalhão de Choque aos bairros da zona sul que mais registraram ataques e o uso de policiais militares à paisana no interior dos coletivos para evitar ataques.

"Ele (o coronel) detalhou medidas futuras, mas que não podem ser divulgadas por sigilo". afirmou Mazloum. O promotor citou também o uso de câmeras de vigilância no interior dos ônibus, para facilitar a identificação de criminosos.

No próximo dia 6, segunda-feira, o promotor deve ouvir os empresários de ônibus e cooperados do setor de lotações.

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