MPE investiga empresa de abastecimento que dá 'sinal verde para uso consciente da água'

Segundo a Promotoria, publicidade da Sanasa, em Campinas, vai na contramão da crise hídrica estadual

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Por Guilherme Mazieiro
Atualização:
Para promotora, peça age com intuito arrecadatório Foto: Reprodução

CAMPINAS - O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito civil para apurar se há ilegalidade na publicidade da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), de Campinas. Pelo menos desde o início da estiagem deste ano, a empresa veicula uma peça que indica "Sinal verde para o uso consciente da água", o que vai na contramão da crise hídrica estadual, de acordo com o MPE.

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"Indicativos até o momento apontam para a constatação de que a Sanasa despendeu recursos públicos para uma campanha que contraria diretrizes básicas de educação ambiental, agindo com intuito arrecadatório", considerou a promotora Cristiane Hillal. A peça é veiculada frequentemente em meios de comunicação (TV, rádio, jornais) da cidade.

O MPE também cobra que a Sanasa envie a cópia do contrato com a empresa responsável pela elaboração da propaganda, os custos com divulgação da campanha, o relato das mídias usadas, horários e número de aparições de cada sinal de consumo (verde, amarelo ou vermelho), além da planilha de faturamento mensal dos últimos 12 meses. 

O diretor de Comunicação da Sanasa, Marcos Lodi, disse que todos os questionamentos serão respondidos ao MPE até o final da semana que vem.

O processo do MPE foi aberto no final do mês passado, após o vereador de Campinas Pedro Tourinho (PT) encaminhar pedido de investigação ao órgão, em agosto.

"A propaganda da Sanasa é lesiva não só para o cidadão que já tem que arcar com uma conta de água caríssima, mas também para o meio ambiente", disse o parlamentar que espera que a empresa seja responsabilizada pelos danos dessa peça.

Aumento na cobrança. Em julho a Sanasa aumentou o valor da conta de água pela segunda vez no ano. À época, a empresa justificou que o reajuste de 15% era para cobrir os gastos com a queda na arrecadação em razão da economia de água da população e outros custos de manutenção. Em fevereiro, as contas já tinham sido elevadas em 11,98%.

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