MP denuncia promotor que atropelou 3 e o afasta da função

'Esse cidadão é um animal, um bêbado. Queria que esse canalha fosse preso', diz pai de jovem morto

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Por CHICO SIQUEIRA
Atualização:

O Ministério Público de São Paulo denunciou por homicídio culposo (sem intenção de matar) o promotor Wagner Juarez Grossi, 42 anos, que atropelou e matou três pessoas da mesma família em Araçatuba, a 530 km de São Paulo. O promotor será suspenso por 60 dias, prorrogáveis, e pode ter a carteira de habilitação apreendida. No dia 7 de outubro, Grossi atropelou e matou o metalúrgico Alessandro da Silva Santos, 27 anos, a namorada dele, Alessandra Alves, 26, e o filho dela, Adriel Rian Alves, de 7 anos. "Esse cidadão é um animal, um bêbado. Queria que esse canalha fosse preso", assim reagiu o segurança Alberto Lindomar dos Santos, pai de Alessandro, ao tomar conhecimento do afastamento e da denúncia do procurador . Santos disse que se o acusado fosse um "sujeito do povo" a punição seria outra. "Imagine se fosse eu quem estivesse no lugar dele (promotor). Eu estaria preso até agora. Eu acredito na Justiça divina, pois se a Justiça dos homens falha, ela não", comentou. Segundo Santos, seu advogado vai lutar para que o enquadramento do caso seja mudado para homicídio doloso. "Vou lutar até o fim dos meus dias para ver esse sujeito na cadeia", afirmou. O segurança voltou ao trabalho na terça-feira, 16. "Não agüentei o baque. Tive de pedir licença para meu patrão e só agora estou voltando ao trabalho", contou. "Mas ele (Grossi) deve ter filho e imagina como deve ser difícil perder um filho de maneira tão absurda. Não é justo meu filho ter morrido por causa de um bêbado", disse Santos, acrescentando que segundo ouviu das testemunhas, o promotor "estava muito bêbado" quando desceu da camionete após o acidente. Santos disse ainda que a mãe de Alessandro enfrenta dificuldades financeiras porque ela dependia da ajuda do filho, por isso e devido à perda, a família vai pedir indenização. "Sei que o dinheiro não vai trazer meu filho de volta, mas é preciso fazer justiça", concluiu.

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