MP apura desvio de cocaína do cofre do Departamento de Narcóticos de SP

Investigação aponta que agente substituía apreensões do cofre do Departamento da Polícia Civil; secretaria diz não haver comprovação

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo está investigando um esquema em que cocaína apreendida pelo Departamento Estadual de Prevenção e Combate ao Narcotráfico (Denarc) estava sendo desviada de dentro do seu cofre, na sede localizada no Bom Retiro, região central. As informações são do Fantástico, da TV Globo. 

Droga estaria sendo desviada do cofre do departamento, no Bom Retiro Foto: Clayton de Souza/Estadão

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O responsável pela troca, que pode ter atingido até uma tonelada da droga, seria o agente Bruno Luiz Soares Figueiredo, que foi preso e flagrado ainda repassando informações de operações do departamento a traficantes na Cracolândia, no centro. Ao Fantástico, a defesa de Figueiredo negou o crime. 

Um outro policial, cuja identificação não foi revelada, atuava para auxiliar no suposto esquema. O MP realizou operação na semana passada que incluiu a inspeção no cofre do Denarc. 

Interceptações telefônicas mostraram que Bruno usava produtos para limpar piscina para substituir a cocaína apreendida e encomendava lacres falsos para substituir os verdadeiros, que deveriam ser mantidos até a ordem de destruir o material.

O Estado não conseguiu contato com o MPE neste domingo, 2, à noite. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse não tolerar “desvios de conduta e todo agente que comprovadamente se envolve com ilícitos é exemplarmente punido”. "Todos os casos são rigorosamente investigados pela Corregedoria da Polícia Civil".

A nota diz ainda que o Denarc tem adotado "diversas medidas visando dar transparência em suas atividades, como a instalação de 10 câmeras de monitoramento". Por outro lado, disse que a “pretensa substituição” não foi comprovada. "A medida adotada pelo departamento possibilitou que as imagens do cofre fossem analisadas, não sendo comprovado que qualquer funcionário tivesse acessado o conteúdo dos sacos que acomodavam as drogas em todo o período em que esteve ali depositado."

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