PUBLICIDADE

Movimento diário será igual ao de Pinheiros

Complexo atrairá 65 mil/dia; contrapartidas são nova ponte e alargamento da Marginal

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Um movimento de 65 mil pessoas, equivalente à população de Pinheiros, bairro na zona oeste de São Paulo. Até 2020, quando o Parque da Cidade, no Brooklin, estiver pronto, essa será a previsão de ocupação diária do complexo, instalado ao lado de dois dos corredores mais congestionados da capital: a Marginal do Pinheiros e o eixo formado pelas Avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Doutor Chucri Zaidan. O endereço abrigou durante 57 anos a fábrica de bicicletas da Monark, hoje instalada em Indaiatuba, no interior.De carro, o acesso ao megaempreendimento, que vai oferecer 8 mil vagas de estacionamento, passará obrigatoriamente por uma dessas vias, o que tornará o tráfego local ainda mais pesado. Responsável pelo projeto, a Odebrecht Realizações Imobiliárias cita intervenções prometidas pelo poder público como medidas capazes de reduzir o impacto no trânsito. Na lista estão a extensão da Linha 5-Lilás e a construção do monotrilho do Morumbi, ambas em obras, além da modernização da Linha 9-Esmeralda, da CPTM.O investimento exigido da construtora, por enquanto, se limita a melhorias viárias. Até a conclusão do complexo, a OR terá de promover, por exemplo, o alargamento de um trecho da Marginal, a construção de uma nova ponte sobre o Rio Pinheiros e a instalação de sinalização mais moderna.Para o arquiteto e urbanista Antonio Claudio Fonseca, professor do Mackenzie, as exigências são tímidas. "O impacto de um empreendimento desse tipo é extraordinário, e não se mede em metros quadrados. Está na hora de a Prefeitura esquecer essa ideia de contrapartida rodoviarista, que só favorece o motorista de carro, e cobrar melhorias urbanísticas, como novas creches, teatros e parques na região", diz. "E mesmo que as obras sejam direcionadas ao trânsito, não há nada que impeça que elas deem prioridade ao transporte público."O diretor de construção de São Paulo da Odebrecht, Paulo Aridan Mingione, não descarta a possibilidade de os recursos serem transferidos para o monotrilho, por exemplo, ou mesmo para a criação de um corredor de ônibus. De acordo com a lei dos polos geradores de tráfego, a mudança é permitida, desde que o limite de investimento não passe de 5% do valor da obra.Horizonte. Haverá três blocos de restaurantes e bares espalhados por uma área aberta 24 horas, além de cinema e teatro no shopping anexo. Mais do que atrair visitantes, a área gourmet visa a agradar moradores do bairro, que sofrerão os impactos do futuro adensamento. As oito torres formarão uma barreira no horizonte de quem já mora no Brooklin e hoje consegue ver a Marginal./ADRIANA FERRAZ

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.