12 de novembro de 2012 | 02h01
Quem foi ontem ao show de Lady Gaga no Morumbi, na zona sul, teve de pagar altos preços para estacionar. Nos arredores, flanelinhas cobravam em média R$ 40 por uma vaga em via pública. Muitos também davam a opção de parar dentro de casas do bairro, a maioria com placas de aluguel ou venda.
"Está baratinho. E prometo ficar até o fim do show", dizia um flanelinha. Qualquer carro que passava com a velocidade mais baixa, à procura de vaga, era logo cercado por um grupo. "É melhor você parar por aqui. Lá embaixo estão cobrando R$ 150."
Para garantir vagas, cones e latas eram colocados ao lado de calçadas. Em entradas de condomínios, o preço era R$ 50. "Aqui seu carro fica mais seguro. Moradores não se incomodam, pode parar", tentava convencer da guarita o porteiro de um deles.
Casas para alugar viraram estacionamento improvisado. "São R$ 70, mas, se quiser, pode até vir aqui usar o banheiro", disse um guardador. Segundo ele, a casa, que parecia vazia, não estava abandonada. "Daqui a pouco o dono vai chegar. Nós dividimos o valor. Ele fica com uma metade e eu com a outra."
Em uma das residências, o guardador afirmou que até 15 carros poderiam ser estacionados. Ele se identificou como "zelador do local" e organizava os carros segundo o horário de saída dos "clientes". "É para um carro não fechar o outro."
Nos estacionamentos legalizados ao lado do estádio, o preço era padronizado: R$ 100. "É um absurdo", disse a estudante Ana Carolina Hikiti, de 22 anos. A sergipana Débora Cruz, de 38, que veio a São Paulo especialmente para o show, não acreditava nos preços. "Até vi os flanelinhas chamando para estacionar nas casas, mas fiquei com medo. Pelo menos nesse estacionamento tenho mais segurança."
Punição. Segundo o major Alencar, da Polícia Militar, viaturas circularam pela região para flagrar flanelinhas.
Até o fim da noite, 25 deles haviam sido encaminhados para o 34.º DP (Vila Sônia) segundo informações da polícia.
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