Após governo prometer prioridade na vacina, motoristas de ônibus de SP suspendem greve

Em reunião na noite desta segunda-feira, 19, administração João Doria disse divulgar data de imunização para a categoria até o próximo dia 22; para funcionários do Metrô e da CPTM, vacinação contra a covid começa em 11 de maio

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Por João Ker
Atualização:

Motoristas de ônibus e cobradores suspenderem a paralisação de 24 horas prevista para a próxima terça-feira, 20, após o governo de São Paulo prometer que a categoria será incluída como prioritária no calendário de imunização estadual contra a covid. A decisão foi anunciada em reunião com líderes sindicais na noite desta segunda-feira, 19. Nesta manhã, a gestão João Doria (PSDB) anunciou o início da vacinação de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para 11 de maio. 

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Em documento assinado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o governo de São Paulo se comprometeu a criar um grupo de trabalho em parceria com os trabalhadores de transporte público para incluir a categoria na vacinação. A data de início da imunização para a categoria deve ser anunciada até a próxima quinta-feira, 22. 

Mais cedo, uma liminar obtida no Tribunal Regional do Trabalho pela Prefeitura e pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes obrigou que o transporte público funcionasse na capital com pelo menos 85% da frota nos horários de pico (de 6h às 9h e de 16h às 19h) e 70% nos demais horários, sob multa diária de R$ 200 mil. A decisão assinada pela juíza Renata de Paula Eduardo Beneti frisou que o direito de greve é assegurado aos trabalhadores pela Constituição Federal, mas entendeu que o transporte público é serviço essencial durante a pandemia do coronavírus. Assim, determinou que os profissionais da categoria são "obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade".  

"A greve está autorizada, mas só vamos bater o martelo após a reunião com o governo", afirmou nesta tarde Francisco Xavier, o Chiquinho, diretor do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas). Em uma reunião com outros líderes da categoria, membros da diretoria afirmaram que só suspenderiam a greve caso a inclusão dos motoristas no plano de imunização valha para todo o Estado, e não só para a capital.

Ônibus na cidade de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Em Guarulhos, segunda maior cidade do Estado, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários no Transporte de Passageiros, Urbano, Suburbano, Metropolitano, Intermunicipal e Cargas Próprias (Sindverg) também já indicou que pretendia aderir à greve, caso a inclusão da categoria não seja anunciada ainda nesta noite. “Se não houver decisão satisfatória, não resta alternativa senão fazer uma paralisação, uma greve sanitária, um lockdown do transporte público, em todo o Estado”, afirma um comunicado oficial da associação.

Apesar de já terem sido incluídos no calendário de imunização, funcionários da CPTM também apoiam a paralisação desta terça e organizam uma greve, marcada para o próximo dia 27, com o objetivo de reivindicar reajuste salarial e o pagamento do Programa de Participação nos Resultados. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTLL), a “greve sanitária” também será apoiada pelos trabalhadores em transportes das cidades de Sorocaba, Jundiaí, Vale do Paraíba, Piracicaba, Bauru, Adamantina, Dracena, Limeira e agentes de trânsito de São Paulo (Sindviários). 

Às 22h26, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo afirmou suspender a greve entre a categoria, após assembleia online na qual 81,67% dos participantes foram favoráveis à suspensão. 

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