SÃO PAULO - A Polícia Civil de Americana, no interior de São Paulo, indiciou o motorista de ônibus Alonso de Carvalho, de 51 anos, por homicídio culposo - sem intenção de matar - e lesão corporal. Carvalho dirigia um ônibus municipal, com 28 passageiros, que se chocou contra um trem na noite de 8 de setembro deste ano. Nove pessoas morreram no acidente.
Se for condenado, Carvalho vai ter pena de ano a dois anos de detenção agravada em 1/3 à metade por ser motorista profissional. A polícia tem 60 dias para concluir o inquérito. O delegado titular do 1º DP de Americana, Claudiney Albino Xavier, no entanto, afirmou que pretende terminar "o mais rápido possível".
A composição tinha quatro locomotivas e 77 vagões, cada um pesando 100 toneladas, e levava milho, soja e açúcar para o Porto de Santos, no litoral do Estado. Segundo testemunhas, o motorista tentou cruzar os trilhos logo atrás de um carro, mas não teve tempo. Havia um segundo trem parado em outra linha férrea e parte do ônibus acabou esmagada entre as duas composições. O coletivo pertence à Viação VCA e fazia a última viagem do dia do trajeto a linha Mathiense - Antonio Zanaga.
Juarez Correia, coordenador de operações da América Latina Logística (ALL), proprietária da composição, afirmou que o maquinista acionou corretamente o sinal sonoro e que e as luzes e o alarme da passagem funcionaram corretamente. A empresa abrirá sindicância para apurar o ocorrido.
Nesta terça-feira, 26, o delegado deve ouvir um técnico da ALL. Xavier quer saber o que a empresa tem feito para melhorar as condições no local "para que novos acidentes não aconteçam". "Faltou também um trabalho da prefeitura", disse, referindo-se à colocação de portão na passagem do trem e reparos nos trilhos.