01 de dezembro de 2010 | 00h00
Para obter mais informações sobre criminosos, a Polícia Militar vai circular com carros de som no Complexo do Alemão, pedindo que os moradores denunciem rotas de fuga e esconderijos de armas e drogas. Em mensagens gravadas e panfletos, a população será convocada a "fazer parte das tropas de elite da paz" - uma estratégia de conquista psicológica dos civis, semelhante à que foi adotada pelas tropas de paz no Haiti.
Ontem, a Polícia Civil localizou nova rota subterrânea usada pelos traficantes para escapar do cerco policial. Os criminosos entraram na rede de galerias por uma caixa coletora na rampa do Largo do Coqueiro e saíram na Rua Arapá, que dá acesso ao Morro do Adeus. De acordo com o agente Marcelo Darze, moradores disseram que pelo menos 50 pessoas usaram a galeria para escapar do cerco, na noite de sábado. Muitos fugiram com armas.
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A descoberta das galerias fortalece a tese de que os traficantes usaram a rede de galerias de águas pluviais construídas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para fugir.
No lixo. A polícia apreendeu na manhã de ontem fuzis, radiocomunicadores e uma sacola com munição escondidos em um caminhão de coleta de lixo da empresa municipal Comlurb. O veículo tinha sido deixado por funcionários numa rua próxima do bairro Fazendinha. As armas estavam camufladas no lixo.
O pente-fino realizado pelas forças de segurança em casas e ruas rendeu ainda a apreensão de uma garrafa PET com balas de fuzil e de mais de uma dezena de bombas caseiras. Uma caixa com munição foi achada entre sacos plásticos com lixo.
Pela primeira vez desde o início da operação, policiais civis entraram ontem no conjunto habitacional do PAC em busca de criminosos. Eles tiveram a informação de que um traficante havia se escondido em um apartamento do Bloco 1. O local foi revistado, mas não havia sinal do foragido.
Equipe do Bope descobriu uma casamata usada pelos traficantes na Vila Cruzeiro. A muralha, construída sobre uma laje, tem 8m de extensão e seis aberturas para o cano do fuzil. O bunker será detonado hoje. Um morador relatou casos de execuções no local. Para o Bope, destruir a casamata é questão de honra: ali, em 2007, um traficante matou a tiros um policial. / COLABOROU BRUNO BOGHOSSIANP
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