
02 de junho de 2017 | 03h00
SÃO PAULO - Em meio à revolta de moradores, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) suspendeu o plano emergencial de acolhimento dos usuários de drogas da nova Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, centro de São Paulo. A instalação de 25 contêineres e de um abrigo com banheiros, refeitórios, dormitórios e salas de atendimento médico para atender os dependentes da região havia sido prometida para ontem, mas não saiu do papel nem tem prazo de conclusão.
Projeto na Cracolândia esbarra em tombamento
Na terça, o secretário de Assistência Social, Filipe Sabará, disse ao Estado que a estrutura para atender até 280 viciados estaria “operacional” em dois dias - 150 pessoas nos contêineres que seriam instalados na Rua General Rondon, via vizinha da praça, e 130 no abrigo onde residem ex-moradores de rua, na frente da nova Cracolândia.
Desde a quarta-feira, moradores de Campos Elísios protestam contra a instalação dos contêineres em um terreno vazio da Cohab na General Rondon, a uma quadra do acampamento onde até 900 dependentes fumam crack durante todo o dia. “Aqui tem casas e comércios. Se fizerem isso, vai virar mais um ponto de drogas e deixar o bairro sujo e violento”, disse a corretora de imóveis Marina Veron, de 50 anos, vizinha da praça.
Após reunião com os moradores na quinta-feira, o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, disse que o plano dos contêineres está suspenso e será discutido com os secretários de Doria. Já no prédio da Prefeitura do outro lado da praça, que receberia os viciados, os moradores se recusam a mudar para outro abrigo na Mooca, zona leste. “Além de ficar longe, lá são 40 pessoas por quarto. Ninguém quer ir”, disse Márcio Coutinho, de 44 anos. Em nota, a Prefeitura afirmou que “está negociando com os moradores” dos dois locais e não deu prazo para abrir os pontos de acolhimento.
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