Metroviários realizam 4ª greve em menos de um ano

Sindicato quer distribuição de lucros para funcionários; pelos menos 3 milhões de pessoas são afetadas

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Por Marcel Gugoni
Atualização:

Com a greve desta quinta-feira, 2, dos funcionários da Companhia do Metropolitano (Metrô) de São Paulo, a categoria realiza sua quarta paralisação em menos de um ano, afetando, em média, 2,3 milhões de pessoas em cada uma delas. Só uma linha do Metrô funciona totalmente e duas estão paradas Assembléia nesta quinta define fim da greve do Metrô em SP Trânsito ruim nas zonas leste e sul devido à greve do Metrô CET suspende rodízio em SP nesta quinta-feira Alternativas para o transporte Ônibus operam com Plano de Emergência Acompanhe na Rádio Eldorado notícias sobre a greve Neste período, as quatro paralisações tem motivações das mais variadas, desde pressão por reajuste até o posicionamento contrário à privatização da Linha 4-Amarela. Nesta quinta, o sindicato exige a participação dos 4.700 funcionários na distribuição de lucros da empresa. De acordo com os metroviários, a greve continuará por tempo indeterminado até que haja consenso nas negociações. A greve de metroviários parou totalmente as linhas 3-Vermelha e 5-Lilás do Metrô. A Linha 1-Azul, começou a operar totalmente às 6 horas. A Linha 2-verde, funcionava parcialmente. Os metroviários não atenderam à exigência da Justiça do Trabalho de manter pelo menos 85% dos serviços, e as operações feitas nesta manhã são feitas pelo direção e gerência do Metrô, e não por funcionários. Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), lamentou a paralisação do Metrô e fez um apelo para que os metroviários voltassem ao trabalho. O reflexo da paralisação foi o congestionamento na cidade, que chegou ao pico de 153 km às 9h15. Ao meio dia, foram registrados 84 km de lentidão na cidade. A Prefeitura também suspendeu o rodízio de veículos na capital. Por conta da paralisação, foi implantado o Plano de Apoio Entre Empresas Frente a Situações de Emergência (Paese), que vai vigorar enquanto durar a greve. Com o sistema, ônibus reforçam a frota urbana, suprindo a ausência do Metrô no transporte coletivo da cidade. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), os cerca de 15 mil ônibus da frota vão operar em tempo integral na cidade. 14 de junho de 2007 Os metroviários realizaram um greve de 13 horas que prejudicou mais de 3 milhões de paulistanos. Na ocasião, os metroviários exigiam reajuste salarial e conseguiram aumento de 4,35% para seus 4.700 funcionários. O piso da categoria é de R$ 828,33, mais benefícios. Poucos dias depois, em 29 de junho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) condenou o Metrô e o sindicato a doar 450 cestas básicas por conta da greve. 23 de abril de 2007 Uma greve de metroviários, motoristas e cobradores de ônibus deixou cerca de 780 mil paulistanos sem transporte durante 1h30 a partir das 4 horas. Sindicalistas queriam pressionar o Congresso a manter o veto de Lula à Emenda 3, pela qual auditores fiscais ficariam proibidos de multar empresas prestadoras de serviços, mesmo se julgarem que esses contratos encobrem relações de trabalho. Mesmo anunciada com uma semana de antecedência, a paralisação desrespeitou a determinação do TRT de manter pelo menos 80% das linhas nos horário de menor movimento e 100% no pico, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A determinação, na ocasião, seria semelhante à aplicada para a greve desta quinta. No dia, a CET registrou o terceiro maior congestionamento do ano para o período na capital - 120 km de lentidão quando o normal é de 105 km. Na ocasião, cinco funcionários foram demitidos acusados de cometerem atos ilícitos durante a paralisação. Três deles foram readmitidos. 15 de agosto de 2006 A categoria parou por 24 horas em protesto contra a concessão da Linha 4 (Amarela) do Metrô, por meio de um contrato de Parceria Público-Privada (PPP), a um consórcio de empresas privadas. Mais de 2,8 milhões de pessoas ficaram sem transporte. Dois dias após a greve realizada pelos metroviários de São Paulo, o Ministério Público (MP) Estadual anunciou a abertura de uma ação civil pública contra o sindicato da categoria, exigindo uma indenização de R$ 70 milhões, no mínimo, pelos prejuízos causados à população. Em setembro, o juiz Afonso de Barros Faro Júnior, da 7ª Vara da Fazenda Pública, decidiu que os metroviários estariam proibidos de fazer greves de natureza política após acolher parcialmente ação de indenização por danos morais da Procuradoria Geral do Estado contra o Sindicato dos Metroviário. 17 e 18 de junho de 2003 Mais de 2,5 milhões de passageiros ficaram sem transporte por conta de paralisação. A principal reivindicação dos metroviários era o pagamento do reajuste de 18%, garantido por decisão do TRT, em maio. O Metrô não concedeu o reajuste, que deveria ter sido pago no adiantamento quinzenal, - ofereceu 16% sobre o salário de abril daquele ano -, e recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Nos dois dias de paralisação (inicialmente, seriam apenas 24 horas), a CET suspendeu o rodízio e as empresas de ônibus realizaram operações especiais de transporte. Uma liminar do TRT obrigava que 80% dos trens circulassem durante todo o dia e 100% nos horários de pico, sob pena de multa diária de R$ 200 mil. A determinação não foi cumprida e a multa, não aplicada. 27 de junho de 2001 Sem metrô, 2,5 milhões de pessoas foram obrigadas a enfrentar ônibus e lotações cheios. A maioria começou o dia atrasada e acabou voltando mais tarde para casa, sem contar o trânsito difícil, que registrou recorde em 2001, com 215 km de lentidão. A paralisação de quase dois dias ocorreu por conta do reajuste nas passagens, que passava de R$ 1,40 para R$ 1,60. O TRT determinou o pagamento de multa diária de R$ 100 mil pelo sindicato por conta da paralisação. 02 de junho de 2000 Cerca de 2,3 milhões de pessoas ficaram sem transporte por conta da recusa do Metrô em conceder reajuste de 6,08% para os metroviários. Na ocasião, o TRT estipulou em R$ 50 mil a multa diária a ser paga pela parte desobediente. Matéria ampliada às 14h32

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