SÃO PAULO - O Metrô de São Paulo reconstruirá uma galeria de lojas que precisou ser parcialmente demolida para a construção da Estação Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, em Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. A Galeria Borba Gato, que existe há meio século, perdeu um espaço de mais de 20 metros quadrados para que as escavações ocorressem, a partir de agosto de 2009.
Desde então, com a remoção de seis lojas e o isolamento provocado pelas obras, houve queda na freguesia e no faturamento dos lojistas, conforme o relato do subsíndico do espaço, José Roque de Moraes, de 71 anos (à direita, na foto). "O movimento aqui caiu pela metade, para não dizer que foi uns 60%."
Na quarta-feira, 12, quando a estação foi finalmente inaugurada, após sucessivos atrasos e quase quatro anos e meio de obras, cresceram as esperenças de Moraes de que o antigo glamour retorne à Galeria Borba Gato. "Demorou muito, tiveram muito problema de escavação, mas agora abriu."
Ele conta que os lojistas e o Metrô ficaram "de briga" durante quase um ano, porque a empresa controlada pelo governo do Estado queria desapropriar todo o terreno da galeria, ponto de compras tradicional do bairro. Depois de muita insistência e com a influência de alguns deputados estaduais, os proprietários conseguiram fazer com que o Metrô recuasse de sua ideia inicial. Além disso, fez a companhia se comprometer a reconstruir a parte frontal da galeria, que teve que ir abaixo.
O síndico do espaço, Eduardo Tessarotto, de 42 anos (na foto), espera que as obras de recuperação do imóvel comecem em breve, posto que a estação já foi inaugurada.
Entretanto, o Metrô não dá prazo para o início da reconstrução. Em nota, a empresa informou que "se comprometeu em providenciar a reconstrução da galeria na sua forma original ao fim das obras" e que "já tem a aprovação da Prefeitura e está elaborando o edital da licitação" para essa obra. O Metrô não informou quanto gastará, divulgando apenas que o valor a ser gasto será o da proposta vencedora do certame licitatório.
Ainda de acordo com a empresa, 24 comerciantes da área "foram remanejados para um prédio contíguo à galeria" e outros quatro foram desapropriados -- seus proprietários, conforme a companhia, "já receberam os valores referentes à indenização".
Adolfo Pinheiro. As obras da estação começaram em 17 de agosto de 2009. Apesar da entrega, nesta semana, a parada ainda não está 100% completa. Faltam diversos ajustes e instalações em uma das plataformas. Além disso, a parte externa não foi completamente concluída.
Para a professora Maria Elisa Rosas Lorenzetti, de 62 anos, que mora na região, faltam cestos de lixo -- uma atribuição da Prefeitura -- na rua que foi reaberta sobre a estação. "Não colocaram uma lixeira sequer aqui." Ela disse que só será uma usuária mais frequente da linha quando ela chegar à Estação Chácara Klabin, na zona sul, algo previsto para ocorrer em 2016.