12 de agosto de 2010 | 00h00
O novo ramal foi inaugurado em maio. Segundo Luís Valença, diretor-presidente da ViaQuatro, concessionária que administra a linha, isso ocorre porque a rede ainda é pequena: duas estações, Paulista e Faria Lima, e dois trens. "Qualquer interferência em um dos trens pode dobrar o tempo de espera. Tem um impacto muito maior do que nas outras linhas", diz.
Os tempos foram marcados pela reportagem perto da hora do almoço, na Estação Paulista. O cronômetro era acionado quando as portas do trem se fechavam e era desligado quando as portas do seguinte eram abertas. Foram 11 contagens de tempo. A menor foi de 3min47s e a maior, de 6min59s. Houve cinco marcações na casa dos 4min.
Valença diz que o sistema já está funcionando perto dos padrões desejados pela empresa. "Hoje (ontem) o intervalo médio foi de 4min20s. O ideal é um intervalo de 4min11s", afirma. Quatro partidas foram canceladas ontem, segundo ele. Quando um trem atrasa, é preciso segurar o outro. Nas outras linhas, diz, é possível diluir o atraso.
Para o engenheiro e consultor de transportes Peter Alouche, um dos responsáveis pela implementação da Linha 1-Azul, a primeira do Metrô de São Paulo, os ajustes são toleráveis e até necessários. "Eles devem ser feitos agora, antes de o sistema operar nos horários de pico", analisa. Alouche afirma, como exemplo, que a implementação dos trens da Linha 1-Azul demorou cerca de dois anos. "Depois, na linha leste-oeste (Linha 3-Vermelha), foi mais fácil, mas porque o sistema era quase o mesmo", diz.
Problemas. As Estações Paulista e Faria Lima foram abertas em maio. Até agora, problemas como a falta de banheiros e de sinais para celulares e internet sem fio não foram solucionados. O Metrô diz que tem um projeto para os banheiros, mas não dá prazos. A ViaQuatro diz que está se preparando para ter sinais de celular, mas que o Wi-Fi "pode não ser viável no médio prazo".
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