Metrô bate marca dos 4 milhões de passageiros por dia

Recorde histórico foi alcançado na sexta-feira, quando 4.150.447 usuários foram transportados; nº já inclui movimento da Linha 4

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Por Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - Cada vez mais cheio, o Metrô de São Paulo bateu o número de 4 milhões de passageiros transportados diariamente. Na sexta-feira da semana passada, 4.150.447 pessoas usaram o sistema, um recorde histórico. O número leva em conta todas as linhas da rede, inclusive a 4-Amarela, que é administrada pela concessionária ViaQuatro. Nos primeiros meses do ano, a média diária era de 3,7 milhões.E se plataformas e trens já estão lotados, a previsão do governo do Estado é que a quantidade de usuários cresça ainda mais a partir do mês que vem, quando começam a funcionar as estações de integração República e Luz da Linha 4. O diretor de Operações do Metrô, Mário Fioratti Filho, atribui o grande volume registrado há uma semana ao Dia dos Pais. "Muito provavelmente, houve um movimento maior na região central em função do comércio", disse.Além disso, segundo ele, a demanda voltou a crescer após as férias do meio do ano - quando o uso da rede naturalmente diminui -, período em que o sistema não sofreu todo o reflexo da ampliação do horário da Linha 4 até as 21h, no fim de junho. Antes, o ramal funcionava apenas até as 15h, o que não abrangia o horário de pico da tarde.O recorde anterior ao de sexta-feira passada havia sido registrado no dia 8 de outubro de 2010, também uma sexta-feira, véspera do fim de semana prolongado do Dia da Criança. Na ocasião, segundo o Metrô, 3,91 milhões de passageiros foram transportados nas quatro linhas gerenciadas pelo Metrô (Linhas 1,2, 3 e 5).Naquela época, a Linha 4-Amarela, com uma extensão menor do que a atual e operando só até o meio da tarde, transportava relativamente poucos usuários, não causando tanto impacto no restante da rede. Por isso, o número de passageiros não foi levado em conta.Queixas. Quem anda todo dia de metrô está descontente com a falta de conforto. "No começo da manhã e no fim da tarde é muito aperto para conseguir entrar no vagão. E o trem está parando muito entre as estações, deixando a viagem lenta", diz a bancária Paola da Glória Barros, de 24 anos, que diariamente usa a Linha 3-vermelha.A auxiliar de limpeza Gianny Campos, de 39 anos, também reclama. "Acho um absurdo pagar R$ 2,90 pelo serviço e ter de esperar três trens para poder embarcar", diz. Na opinião do vendedor Ricardo Batista, de 34 anos, a organização dos passageiros nas plataformas lotadas deveria ser um pouco melhor. "Do jeito que está é um empurra-empurra entre os que saem e quem está entrando no trem."Alguns trechos das linhas 1-Azul e 3-Vermelha chegam a ter oito pessoas por metro quadrado no interior dos trens nos horários de pico, limite considerado aceitável pelo próprio Metrô. Na Linha 2-Verde, entre as Estações Paraíso e Brigadeiro, em alguns momentos do dia a lotação é de 7,2 passageiros por metro quadrado.Segundo o Metrô, a situação deve melhorar a partir do fim do ano na Linha 2, quando um novo sistema de sinalização e operação de trens, o CBTC, entrar em operação. Ele possibilitará um intervalo menor entre as composições, deixando as estações menos lotadas nas horas do rush. Essa inovação será levada para as Linhas 1 e 3 no segundo semestre do ano que vem.Crítica. O rápido crescimento do número de passageiros transportados pelo metrô acontece porque a potencial demanda é grande e a rede demora para se expandir, avalia Altino de Melo, presidente do Sindicato dos Metroviários. "Enquanto não criarem mais linhas e novas conexões entre elas a curto e médio prazo, o metrô vai superlotar e bater um recorde atrás do outro", diz o sindicalista. Para ele, os investimentos do governo do Estado na ampliação da rede deveriam ser maiores.

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