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Metade dos piscinões da cidade está suja de novo

Há 5 meses, Kassab disse que limpeza dos 19 reservatórios era prioridade, mas 9 voltam a apresentar problemas

Por Felipe Oda e Pedro Marcondes
Atualização:

JORNAL DA TARDECinco meses após o prefeito Gilberto Kassab (DEM) determinar a limpeza dos 19 piscinões da capital, nove dos 18 equipamentos a céu aberto ? o do Pacaembu, na zona oeste, é subterrâneo ? estão sujos. Na época, uma vistoria da Prefeitura detectou problemas de manutenção nos reservatórios do Bananal, na zona norte; Cedrolândia, na oeste; Jabaquara, na região sul; e Oratório, Caguaçu, Limoeiro e Aricanduva V, na leste.Os contratos com quatro empresas responsáveis pela limpeza do Bananal e Cedrolândia foram cancelados e Kassab notificou os encarregados pelo serviço nos demais piscinões. Além disso, a Prefeitura atribuiu ao longo período de chuvas em São Paulo o mau estado de conservação dos equipamentos. "Ninguém vai encontrar um piscinão brilhando nesta época do ano", disse à época o coordenador de drenagem da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, Domingos Gonçalves.Para o professor de saneamento e instalações hidráulicas, Francisco José de Toledo Piza, a chuva não pode ser usada como desculpa pela falta de manutenção. "Todo equipamento público precisa de manutenção constante. A limpeza não pode ser realizada apenas no período de estiagem", afirmou. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), a capital registrou neste ano 51 dias sem chuva. Na semana passada, a reportagem percorreu todos os equipamentos a céu aberto e verificou que a promessa de limpeza não foi cumprida nos piscinões Aricanduva 3, Aricanduva 5, Bananal, Cedrolândia, Guaraú, Jabaquara, Jardim Maria Sampaio, Oratório e Sharp. No entanto, por meio de nota, a pasta de Coordenação das Subprefeituras diz que os serviços de manutenção foram ou serão realizados nesses locais.Protestos. Os moradores da Rua Batista Fergusio, na Vila Cardoso Franco, zona leste, são vizinhos do piscinão Oratório e dizem que a limpeza só ocorre no começo do ano. "Isso é um lixão, e não um piscinão", afirma o caixa de supermercado Antonio Maria de Santos, de 57 anos.O lixo acumulado também indica a falta de manutenção no reservatório Jardim Maria Sampaio, no Campo Limpo, zona sul. Moradores da Rua Jorge Arida, vizinha do local, dizem que a última limpeza ocorreu há três meses. "O cheiro do lixo é muito forte", diz a estudante Sandra Regina da Cunha, de 23 anos.Para o consultor em geologia de engenharia Álvaro Rodrigues dos Santos, a Prefeitura deveria combater a impermeabilização do solo e estimular a construção de pequenos reservatórios residenciais e comerciais. Segundo o especialista, o Município "deve focar seus esforços nas causas das enchentes".Mas nem todos os piscinões são criticados por seus vizinhos. O Rincão, na Penha, zona leste, tem uma estrutura de lazer que agrada. "É um equipamento integrado ao desenho urbano, como deveriam ser os outros. É preciso pensar nos piscinões além da função de reter água", diz o urbanista Valter Caldana. / COLABOROU BRUNO RIBEIRO

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