06 de janeiro de 2013 | 02h01
Um menino de 9 anos considerado desaparecido desde a tarde de quinta-feira, durante a chuva que atingiu a Baixada Fluminense, reencontrou os pais. Daniel de Souza contou que foi arrastado pela correnteza após ser empurrado por outros meninos em um córrego, em Nova Iguaçu.
Daniel voltou para casa anteontem e, ontem, disse que conseguiu se segurar na vegetação à margem do rio. Ele foi arrastado por 1,7 km. Mesmo sem saber nadar, afirmou ter passado por uma galeria sob a Via Dutra. "Pensei que fosse morrer", disse. Daniel contou que, no bairro Rosa dos Ventos, conseguiu se agarrar à escada de uma ponte.
De lá, pegou um ônibus para Santa Eugênia, a 4,5 km, perto de onde a mãe trabalha. Na rua, encontrou um amigo e acabou dormindo na casa dele. Segundo o pai, Anderson de Souza, a mãe do colega tentou avisar que Daniel estava lá, mas as linhas estavam ocupadas. "Ele falou para o amigo que a gente tinha deixado ele dormir lá", afirmou o pai.
No dia seguinte, os pais foram avisados e buscaram o filho. Na quinta-feira, quando o rio transbordou, Daniel havia saído para comprar pão. Seu pai não entende por que o menino foi empurrado. "Meu filho é tranquilo."
Ontem à tarde, o garoto foi levado pela mãe, Ivete Silva de Souza, ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, no Rio, para ser vacinado.
Vítima. O corpo do funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) Enéas Paes Leme, de 55 anos, desaparecido desde quinta em Xerém, Duque de Caxias, foi localizado ontem pela Defesa Civil, o que eleva para três o número de vítimas da chuva. Em todo o Estado do Rio já são 2,5 mil desabrigados e desalojados pela tempestade.
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