Megatraficante colombiano é transferido de SP para MS

Abadía desembarca em Campo Grande às 17h40 e é levado para a penitenciária federal de segurança máxima

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Por Redação
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O traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía, o Chupeta, preso na terça-feire pela Polícia Federal em São Paulo, deixou a sede da PF, na zona Oeste da capital paulista, por volta das 16 horas deste sábado, 11. Ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde desembarcou às 17h40. PF não vai receber os US$ 5 mi da recompensa Abadía quer delação premiada com EUAConheça os mais famosos criminosos que escolheram o Brasil - e suas praias - como refúgio O embarque do traficante, rodeado de seguranças, ocorreu no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.  A transferência de Abadía estava sendo esperada desde sexta-feira à tarde, quando o juiz federal Odilon de Oliveira, responsável pela Vara Federal de Execução Penal no Mato Grosso do Sul, autorizou  a disponibilidade de vaga no Presídio Federal de Campo Grande para o megatraficante colombiano. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) confirmou o pedido do juiz. A transferência de Abadía de São Paulo para Mato Grosso do Sul ocorre devido à preocupação da PF com um possível resgate do traficante, que foi considerado como o sucessor de Pablo Escobar. Em Campo Grande, Abadia foi conduzido sob forte esquema de segurança para o Presídio Federal da cidade. O avião da Polícia Federal, desceu na Base Aérea às 17h40m (horário local), onde o acesso foi permitido apenas para os policiais e agentes do Sistema Penitenciário Federal. Antes de ocupar uma das 208 celas padronizadas, cada uma com sete metros quadrados contendo cama, mesinha, banco, prateleiras, lavatório e vaso sanitário feito de concreto, Abadia teve a cabeça raspada e vestiu o uniforme de preso. Nessas unidades, cada detento fica numa cela sozinho. É vetada a entrada de pertences pessoais, inclusive sapatos ou chinelos. A cela ocupada pelo colombiano fica no mesmo setor onde está preso Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que estava no Presídio Federal de Catanduvas (Paraná) desde 2006 e foi transferido para Campo Grande, em julho deste ano. Na mesma ala está também, José Reinaldo Girotti, mentor intelectual do roubo no Banco Central de Fortaleza (CE), ocorrido em 2005, transferido para Campo Grande, depois que sofreu agressões em Catanduvas. Atualmente, 156 detentos estão no Presídio Federal de Campo Grande, inaugurado no dia 21 de dezembro de 2006. Os presos têm assistência médica, hospitalar e judiciária no local e quatro refeições diárias, sendo café da manhã, almoço, jantar e à noite a ceia, supervisionadas por nutricionistas. Além disso, os presos semi-alfabetizados ou analfabetos, recebem aulas de professoras da Secretaria Estadual de Educação. O Presídio de Campo Grande, custou R$ 25 milhões. Tem 200 câmeras de monitoramento, além de nove detectores de metais e dois aparelhos de raios-x. Abadia quer trocar o que sabe em um acordo para reduzir sua pena nos Estados Unidos. Um funcionário da Agência de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) disse que a cooperação do criminoso pode levar à prisão de outros líderes do Cartel do Norte do Vale, ainda foragidos. "Para vocês (da DEA), eu falo nos Estados Unidos", disse na quinta-feira, 9, o colombiano. O interrogatório durou seis horas. Admitiu que tinha negócios no Brasil, negou que traficasse drogas no País, mas confirmou sua participação no tráfico internacional. Ramírez Abadía falou pouco com os policiais estrangeiros. Evitou responder sobre a estrutura da organização no exterior, para receber o benefício A Polícia Federal prendeu na noite de quinta, em Campinas, mais dois integrantes da quadrilha do megatraficante. As investigações levaram ao colombiano Jaime Verano Garcia, irmão do chefe da célula do bando em Curitiba, Victor Garcia (preso na terça-feira), e o motorista do grupo em Campinas, o brasileiro Eliseu Almeida Machado. Nas casas dos dois, foi apreendido mais de R$ 1 milhão. A operação, que contou com agentes da DEA, da polícia americana e Procuradoria Federal, começou com o mandado de busca na casa do colombiano na Vila das Verbenas, no bairro Gramado, repleto de condomínios de alto padrão. Os federais encontraram dinheiro enterrado na casa alugada pelo colombiano. Com a prova material em mãos, os federais prenderam Garcia em flagrante. Ele os levou à casa do motorista. Segundo vizinhos, que pediram para não serem identificados, Garcia, a mulher, a filha de 1 ano e um filho de 5 eram bastante educados, mas reservados. Ele cumpria todas as obrigações do condomínio, nunca atrasou um pagamento e recebia visitas com carros luxuosos. Um episódio que chamou a atenção do síndico foi o fato de Garcia construir uma churrasqueira no fundo da casa (mesmo sem ser o dono). Depois da operação da PF, os moradores imaginam que obra tenha sido a tática para esconder o dinheiro

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