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Medidas para o trânsito de SP são paliativas, diz especialista

Para engenheiro de trânsito Horácio Figueiras, a Prefeitura deveria investir mais em corredores virtuais

Por Gustavo Miranda
Atualização:

Para o engenheiro de trânsito Horácio Figueiras, também presidente da Associação Brasileira de Pedestres, as medidas anunciadas pela Secretaria Municipal de Transportes nesta quarta-feira, 19, são paliativas e chegam com muito atraso para resolver os problemas de mobilidade em São Paulo. Porém, segundo ele, essas medidas são cotidianas e vão previlegiar os usuários do transporte coletivo. Veja também:  As rotas alterantivas para fugir do congestionamento As obras e propostas de estacionamento da Prefeitura e opine  "A prefeitura deveria investir todo o seu contingente em criar micro-corredores para facilitar o fluxo de ônibus grandes na cidade e nos bairros. Desafio a prefeitura a criar linhas expressas que ligassem o Centro da cidade aos extremos leste, norte, oeste e sul. Ela poderia estudar pelo menos 50 corredores virtuais, que utilizariam apenas cones e sinalização, para diminuir o caos no trânsito. Com certeza, uma medida dessas resultaria em muito menos usuários lotando a Linha Vermelha do Metrô e muito menos carros na rua também", diz. "Analisando as intervenções que a Prefeitura anunciou, as 19 são voltadas para alterações pontuais em rotas do transporte coletivo. Isso é bom, porque cada real gasto em obra para o transporte coletivo é dez vezes melhor aproveitado do que o que é utilizado em obras viárias, como construção de túneis. Parece que a prefeitura está, timidamente, acordando para o investimento em transporte coletivo de qualidade, capaz de convencer o motorista a deixar seu carro em casa e ir para o trabalho de ônibus", diz o especialista. A única dúvida dele é o fato de a administração ter publicado no Diário Oficial oito novas obras viárias que não contemplam o transporte coletivo. Segundo Figueiras, a próxima medida a ser adotada pela capital deveria ser a proibição de taxistas em corredores de ônibus. "A medida é impopular. Mas, o prefeito (Gilberto) Kassab precisa ter coragem de enfrentar os taxistas e impedir que eles continuem travando o trânsito nos corredores. As faixas exclusivas de ônibus deveriam ficar livres o tempo todo, para garantir a fluidez do trânsito. Eu sei que minha comparação é maluca. Mas, o que aconteceria se a gente autorizasse a entrada de táxis no metrô? Com certeza, o serviço deixaria de ser rápido", afirma.

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