Medidas garantem água por 4 meses em SP, diz Alckmin

Caso as medidas adotadas não sejam suficientes, o governador afirmou que ainda há a reserva técnica

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Por CARLA ARAÚJO E JOSÉ MARIA TOMAZELA
Atualização:
Ao visitar obras na represa de Atibainha, o governador afirmou que "temos água para quatro meses, chegaremos até o final do ano" Foto: Helvio Romero/Estadão

O governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 21, que as medidas adotadas pelo governo podem garantir abastecimento de água pelo menos até o final do ano. "Nós temos água para quatro meses, chegaremos até o final do ano, isso imaginando que não chova, mas é evidente que tem chuva", disse, ao vistoriar obras na represa de Atibainha, em Nazaré Paulista.

O governador aproveitou a visita para anunciar novas medidas para tentar minimizar os efeitos da crise hídrica no Estado. Ele destacou a obra em Atibainha, com barramento, bombeamento e quase um quilômetro de canais. "Agora em agosto (com essas obras) temos 77 milhões de metros cúbicos (m3) de água sendo disponibilizados para a região metropolitana de São Paulo", afirmou.

Alckmin disse ainda que, a partir do mês que vem, 0,8 m3 por segundo serão utilizados do Rio Grande em substituição ao sistema Cantareira. "E em outubro, teremos um metro cúbico por segundo do Guarapiranga que também substitui o Cantareira", afirmou.

Caso as medidas adotadas não sejam suficientes, o governador afirmou que ainda há a reserva técnica. "Nós temos uma reserva técnica que estamos preparando, mas que não pretendemos utilizar. Lá atrás a reserva técnica era de 400 milhões de m3. Como foram disponibilizados 182 milhões de m3, você ainda tem mais 220 milhões de m3."

O nível de dependência do sistema Cantareira para o abastecimento da população, segundo o governador, caiu de 60% para 30%. "O Cantareira dava 33 m3 segundo para a região metropolitana e hoje participa com 19 m3 por segundo. É impressionante a redução", disse.

Alckmin destacou ainda que aumentou a conscientização da população na economia de água. Segundo ele, em agosto a economia de água na região metropolitana passou de 76% para 78%. "E quem ganhou o bônus passou de 47% para 52%. A população está ajudando bastante."

Questionado sobre as declarações da Agência Nacional de Águas (ANA) de que o abastecimento de água no Estado é incerto daqui a dois anos, Alckmin disse que é "uma preocupação de todos nós", mas reafirmou que o sistema hídrico de São Paulo é "forte". "Tanto nós temos um sistema forte que não temos, a Sabesp, nenhum município em racionamento", disse. "Tem racionamento no Brasil inteiro e nós, com 22 milhões de pessoas a 700 metros de altitude na região metropolitana, temos garantido o abastecimento."

Sobre suas propostas como candidato para o setor de segurança hídrica, Alckmin disse que, além de continuar as medidas atuais, como a PPP de São Lourenço, pretende aumentar o reúso de água, especialmente para área industrial, e reduzir os níveis de perda de água.

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