22 de maio de 2012 | 03h03
As tensões entre o Estado e o comércio de rua não são exclusividade do nosso tempo nem das nossas cidades. A ideia da repressão e extinção definitiva do comércio de rua, que já foi tentada diversas vezes, me parece fadada ao fracasso. Já se experimentou instalá-los em camelódromos, o que não funciona por uma razão simples: a lógica é a de o comércio de rua ir aonde estão os clientes, e não o contrário.
O comércio de rua atende bem a algumas situações. Alguém acredita que grandes eventos como a Virada Cultural, a Parada GLBT ou a Marcha para Cristo poderiam existir sem ele? Há elementos, porém, que devem ser combatidos: o contrabando, a exploração do trabalho infantil, as redes de corrupção, a sonegação de impostos. Problemas complexos exigem soluções bem pensadas.
Mais do que um tumor a ser extirpado, trata-se de condição inerente à cidade, que deve ser manejada com atenção especial aos direitos dos vendedores, população vulnerável.
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