Média de cursos cancelados em SP é o dobro do País

270 programas tiveram vestibulares suspensos e não receberão novas matrículas: 69 estão no Estado de São Paulo e 36 na capital

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Por Redação
Atualização:

A média dos cursos que tiveram vestibulares suspensos ontem pelo Ministério da Educação (MEC) na cidade de São Paulo, com base no Conceito Preliminar de Curso (CPC), é mais que o dobro da média nacional e da estadual. Enquanto 1 a cada 12 cursos avaliados em 2012 foi suspenso no Município, no País essa taxa é de 1 a cada 26 e, no Estado, 1 a cada 27.

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A lista das instituições com vestibular suspenso tem 270 cursos em todo o País. Foram 69 no Estado de São Paulo e 36 na cidade. Entre as instituições que tiveram cursos "congelados" estão as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Faculdade Sumaré, UniSant' Anna, a Estácio UniRadial, a Universidade Anhanguera Uniban, o Centro Universitário Fiam-Faam e a Faculdade de São Paulo-Uniesp.

Essas instituições não poderão oferecer vagas nos respectivos cursos para o vestibular deste ano. Elas serão reavaliadas por visitas in loco, que, segundo o MEC, devem acontecer em 2014 - sem data definida.

Preocupação.

Embora os cursos da capital paulista representem apenas 6% de todos os cursos avaliados pelo MEC, a cidade tem 13% dos que tiveram o ingresso de novos alunos suspenso. Segundo o consultor em Educação Carlos Monteiro, a cidade tem alta concentração de cursos, muitos de baixa qualidade. "São Paulo tem os melhores cursos do Brasil e também alguns dos piores. A maioria tira o conceito 3 (a avaliação vai até 5 pontos), o que é preocupante, porque a qualidade ainda não é boa e não há a necessidade de estabelecer um compromisso com o MEC para melhorar."

O curso de Administração do Centro Universitário de Votuporanga (Unifev) foi considerado pelo Ministério da Educação o melhor do País em 2012, com nota 4,95. A instituição também se destacou em outros oito cursos. Como alunos de algumas universidades renomadas boicotam o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) - e algumas instituições, como a USP, nem participam -, o parâmetro precisa ser relativizado, segundo especialistas.

Isso também é motivo de críticas por parte das instituições. "O CPC é conceito preliminar, com base principalmente na prova do Enade. Várias dessas instituições tiveram avaliação do MEC in loco satisfatórias", disse o diretor executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Rodrigo Capelato.

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Outro lado.

A Anhanguera Educacional informou, por nota, que "já tem um plano de melhorias em execução". A UniSant'Anna disse que "vem averiguando os motivos destes conceitos insatisfatórios para as providências necessárias". Já a UniRadial afirmou que vai demonstrar ao MEC "seja por recurso, seja pela realização de visita in loco, que os cursos estão em trajetória de incremento de qualidade". O Grupo Uniesp afirmou também que continuará "os esforços no sentido de corrigir o que precisa ser corrigido". A Faculdade Sumaré, FMU, Fiam-Faam não responderam os contatos. /

BÁRBARA FERREIRA SANTOS, DANIEL TRIELLI, LAURA MAIA DE CASTROe SANDRO VILLAR, ESPECIAL PARA O ESTADO

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