O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, criticou as condições de segurança e armazenamento das armas do Centro de Treinamento Tático (CTT), de onde foram roubados pelo menos 12 fuzis e 40 pistolas na noite da quinta-feira, 5. O centro fica em uma área arrendada dentro da fábrica da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), em Ribeirão Pires, na Região Metropolitana de São Paulo. Dez homens invadiram o local e renderam um vigia. Marzagão definiu o roubo como um "fato lamentável" e disse que, com as fotos da perícia em mãos, comunicará o fato nesta sexta-feira ao Exército, responsável pela fiscalização. Veja também:Grupo invade fábrica e rouba fuzis e munição "É um lugar absolutamente inseguro", afirmou o secretário ao sair de uma visita ao CTT, por volta das 2 horas desta sexta-feira, 6. "Não é possível que fuzis e armas sejam guardados assim", avaliou. De acordo com Marzagão, as armas do CTT - entre elas fuzis, pistolas calibre 40 e 380 e carabinas calibre 12 - são armazenadas em um local protegido por duas portas com travas multlock. Ao final do expediente, um funcionário trava as portas, liga um alarme e vai embora. Para recuperar o material roubado e investigar o caso, foram mobilizados 85 viaturas e 240 homens das polícias Civil e Militar. Durante a madrugada, um dos alvos de buscas da polícia foi a favela Paraíso, nas proximidades do local do roubo. Uma trilha de cerca de 40 minutos separa a favela das instalações da CBC. Até o início da manhã desta sexta, ninguém foi preso e as armas não foram recuperadas. Nota A advogada e representante do CTT, Eleusa Velista, divulgou uma nota à imprensa no início da madrugada desta sexta. Em nota, ela afirma que um funcionário foi rendido por dez bandidos armados. Ameaçado, ele foi obrigado a abrir as instalações do CTT. Segundo a nota, foram roubados "materiais de utilização em treinamento em cursos de segurança pessoal e patrimonial". Invasão Eram 20 horas quando parte da quadrilha entrou pelo matagal e rendeu o único vigia do CTT. Ele teve os pés e mãos amarrados com cordas e foi trancado numa sala durante 1 hora e 35 minutos. Os criminosos foram às prateleiras e recolheram o armamento. A quadrilha colocou o arsenal numa Fiorino branca e fugiu às 21h35. Uma testemunha avisou a Polícia Militar. PMs foram à empresa e libertaram o refém. Segundo o delegado-seccional de Santo André, Luiz Carlos do Santos, que também responde por Ribeirão Pires, os ladrões invadiram apenas o CTT. "Não chegaram a entrar na CBC. Ainda não temos o levantamento do que foi roubado. Mas posso garantir que os ladrões levaram armas de alta potência, como fuzis, para treinamento de tiros."